Após governo de Minas vetar jogos de outros estados, Federação se reúne para definir futuro do Paulistão

A Federação Paulista de Futebol (FPF) se reunirá na tarde desta terça-feira, 16, com representantes dos clubes das três divisões do Campeonato Paulista para definir o rumo da competição. A entidade assegura que cumprirá o calendário pré-estabelecido para conclusão do estadual. Na segunda, 15, após encontro com membros do governo estadual, a entidade teve negado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) o pedido de reavaliação da paralisação de jogos e treinamentos pelos próximos 15 dias.

A principal alternativa, a de continuidade do campeonato fora do estado, ficou mais difícil de acontecer após o anúncio do secretário de saúde do governo de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, durante a manhã, que decretou a proibição de jogos de futebol de equipes de outros estados em território mineiro. Todo o estado entrará na fase mais restritiva do programa de enfrentamento à Covid-19.

Com isso, a partida entre Palmeiras e São Bento, que aconteceria nesta quarta-feira, 17, no estádio Independência, em Belo Horizonte, em jogo atrasado pela 3ª rodada da competição, ficará suspensa. A Federação Paulista bancaria os custos de viagem e a estadia de árbitros e delegações para que o jogo ocorresse.

“Na Onda Roxa, os hotéis não podem receber turistas, então fica inviável o recebimento de jogos de outro estado. A própria Onda Roxa, por definição, não vai permitir que haja essa circulação. Qualquer circulação, entre estados, as barreiras sanitárias irão impedir essas pessoas e ver se elas estão indo para serviços essenciais. Se estiverem indo para serviços essenciais, eles poderão prosseguir, senão serão notificados para retornar”, explicou Baccheretti.

Outras duas partidas, válidas pela primeira fase da Copa do Brasil, entre Marília-SP e Criciúma-SC, em Varginha, e Palmas-TO e Avaí-SC, também não poderão ocorrer no mesmo período. O Campeonato Mineiro, por sua vez, também pode parar. A próxima rodada do Paulista, agendada inicialmente para este sábado, com jogos nos dias 20 e 21, um deles o clássico entre Palmeiras e São Paulo, no Allianz Parque, segue em xeque.

Para convencer o MP da liberação parcial dos jogos, a FPF apresentou um estudo específico para a fase emergencial. De acordo com a entidade, no encontro foram feitas “propostas baseadas em critérios médicos e científicos, que embasavam o pedido de liberação parcial do futebol no período, com menos jogos, menos pessoas envolvidas, testes antes e depois de cada partida e uma bolha de segurança para atletas e comissões técnicas”.

A ideia proposta foi uma redução de 56% das partidas disputadas, com a suspensão da Série A3 e de alguns dos jogos da Série A2, sendo que somente a Série A1 teria todas as partidas realizadas. Todas as delegações de equipes seriam testadas e isoladas em hotéis ou centros de treinamentos até o período. Além disso, o número de profissionais envolvidos nos jogos seria reduzido em 70%.

A entidade, em nota, disse o futebol “é a atividade econômica que possui um rigoroso e inédito protocolo de saúde” e que com a paralisação mais de três mil testes deixarão de ser realizados. Também citando que a taxa de positividade chega a 2,2%, 15 vezes inferior a taxa estadual é menor do que o número recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para controle da pandemia, que é de 5%.

 

 

 

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