13 de fevereiro Dia Mundial do Rádio

Em 13 de fevereiro de 1946, ocorria a primeira transmissão da Rádio das Nações Unidas (United Nations Radio). Anos depois, em memória a essa transmissão, 13 de fevereiro foi proclamado como o Dia Mundial do Rádio. Aprovada por unanimidade e oficializada na Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) de 2011, a comemoração entrou para o calendário da Organização das Nações Unidas (ONU) e, desde então, é celebrada com campanhas temáticas que discutem a inserção do rádio em diversas pautas sociais. Em 2021, o tema é evolução, inovação e contato.

De acordo com a Unesco, a data comemorativa busca conscientizar o mundo sobre a importância do rádio e sua utilidade para a democratização do acesso à informação. “O rádio é um meio de baixo custo e popular, que pode alcançar as áreas mais remotas e as pessoas mais marginalizadas. Ele sempre continua transmitindo quando outras mídias param de funcionar em casos de comunicações de emergência ou após um desastre natural. Por fim, é um meio que tem sido completamente capaz de adaptar-se ao desenvolvimento de novas tecnologias, como a banda larga, a transmissão de áudio digital (digital audio broadcasting – DAB) e os dispositivos móveis”, enumera o portal da Unesco.

Ondas em movimento

A origem da radiodifusão é um tanto controversa. Livros e portais de história, dos quais foram colhidas as informações que seguem, registram que ela é oficialmente atribuída ao italiano Guglielmo Marconi, que em 1896 patenteou o transmissor de rádio e enviou a primeira mensagem radiofônica transatlântica da história. Contudo, há indícios de que na verdade Marconi teria apenas usurpado as invenções do austríaco Nikola Tesla, que já havia patenteado muitos equipamentos que foram usados na construção do transmissor de rádio.

Apesar desse impasse, que ainda hoje divide opiniões, a radiofonia se desenvolveu tecnologicamente a passos largos e se consolidou como um dos meios de comunicação mais versáteis e democráticos. Em seus primórdios, a invenção tinha o objetivo de substituir o telégrafo, transmitindo informações com mais acuidade, rapidez e economia. Porém, logo se percebeu o potencial do rádio para o entretenimento.

A primeira transmissão de voz humana pelo rádio foi realizada em 1906, quando um concerto natalino foi transmitido para a tripulação e os passageiros de um navio nos Estados Unidos. Já no Brasil, o rádio chegou no início do século XX, mas só podia ser utilizado pelo Exército. Apenas em 1922 foi fundada a primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, sob o comando de Roquette Pinto. Em 7 de setembro daquele ano, em comemoração ao centenário da independência do Brasil, a radiotelefonia brasileira foi inaugurada com a transmissão do discurso do então presidente, Epitácio Pessoa.

Antes da televisão, o rádio era o meio de comunicação de massa mais utilizado no mundo. Entre 1920 e 1950, ele reinou absoluto e se popularizou com muita velocidade. Cresceram rapidamente o número de aparelhos receptores, mas também de emissoras. Nos Estados Unidos, por exemplo, a quantidade de emissoras de rádio passou de quatro, em 1921, para 382 em 1922. O avanço do rádio no Brasil nessa época também foi vertiginoso, mas apenas em 1931 o Poder Público decidiu regular a atividade.

Com o decreto 20.047, o então presidente Getúlio Vargas adotou o modelo norte-americano de radiodifusão como padrão oficial, concedeu canais de rádio a particulares e legalizou a propaganda comercial em emissoras de rádio. Essa regulação foi aprovada em 1932 e o rádio cresceu no Brasil impulsionado principalmente por emissoras comerciais, que produziam entretenimento, e emissoras educativas. Mais adiante, em 1934, Getúlio instituiu o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e assim o governo passou a ter mais controle tanto sobre o crescimento da quantidade de emissoras como também dos conteúdos difundidos.

Foi pelas ondas do rádio que muitos brasileiros souberam da eclosão da Segunda Guerra Mundial e receberam notícias do mundo em guerra. Também pelo rádio foi possível acompanhar a transmissão de eventos internacionais como as copas do mundo de futebol e diversas radionovelas que viravam o assunto do momento. Pelo rádio também se difundiam ideais políticos e novas lideranças. O rádio já havia se tornado parte da vida das pessoas nas mais diferentes esferas, um veículo jornalístico, para a educação, a cidadania e o entretenimento.

Uma vida no Rádio

O deputado Humberto Aidar (MDB) conhece de perto a magia do rádio. Profissional da área desde os 17 anos, Aidar já atuou, por exemplo, nas rádios Jornal de Inhumas, Riviera, Jornal de Goiânia, Anhanguera, Clube, Araguaia FM, Difusora e Terra. Ele atribui seu ingresso na carreira política à atuação enquanto comunicador de rádio. “Minha trajetória política se confunde com o rádio. Se hoje estou na política, foi muito graças ao trabalho que eu desenvolvi no rádio, principalmente como pontapé inicial. Não tenho dúvidas que se não fosse uma pessoa conhecida através do rádio, eu não teria tido a chance de estar na política. Minha trajetória política está entrelaçada ao meu trabalho como radialista.”

O emedebista também reflete que, a despeito das previsões de que o rádio se tornaria obsoleto com o advento de novas tecnologias de comunicação, o veículo conseguiu se adaptar ao longo dos anos e se manteve necessário no cotidiano dos ouvintes. “O rádio se modernizou e continua servindo às demandas atuais da sociedade. Informação, denúncia, entretenimento. É uma comunicação muito próxima do público. Com todos os veículos que surgiram depois do rádio, o que aconteceu é que a audiência foi fragmentada. Aumentaram a quantidade de emissoras de rádio e também de opções de veículos para o público. Então, nenhuma rádio consegue mais obter um porcentual tão grande da audiência, como nós tínhamos no passado, mas o rádio não vai acabar. Ele continua tendo sua importância e seu espaço”, analisa o parlamentar.

Para Humberto Aidar, outros fatores relevantes para a permanência das emissoras de rádio são a mobilidade e a capilaridade. Ele afirma que essa tecnologia é viável em todos os lugares, enquanto outros veículos ainda permanecem inacessíveis a parcelas da sociedade, por limitações econômicas ou mesmo geográficas. “O rádio chega aonde não chega televisão, aonde não chega internet, jornal, revista. Ele é um companheiro de todas as horas. É ouvido dentro do carro, faz companhia para a dona de casa, faz companhia para o trabalhador rural que está tirando o leite no fim da madrugada”, exemplifica.

Nas comemorações ao Dia Mundial do Rádio, Aidar enfatiza sua paixão por esse veículo e aponta algumas dicas para quem se interessa por atuar como radialista. “Quem também for apaixonado por essa área, precisa treinar a voz, ter uma boa dicção e uma boa leitura, mas para ser um comunicador é preciso ir além da técnica. Você deve se conectar ao seu público, passar a sua verdade e entender que esse ofício requer responsabilidade, pois muitas pessoas têm o comunicador como um exemplo a ser seguido”, aconselha o deputado e radialista veterano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Agência Assembleia de Notícias

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