Dr. Robson aponta o que está errado no combate à COVID-19 em Goianésia e cobra “atitudes imediatas”

O estado de calamidade pública na saúde pública municipal, decretado pela Prefeitura de Goianésia em razão da pandemia do novo coronavírus, e a política de isolamento social adotada não foram suficientes para barrar a COVID-19. A cidade conta 16 casos confirmados da doença e 59 suspeitos; e tem ao menos uma morte com suspeita de infecção pelo coronavírus em investigação.

Diante do quadro, o repórter Elienai Ferreira, do Elienay News, entrevistou na tarde desse domingo (12), pelo WhatsApp, o ex-secretário municipal de Saúde, Dr. Robson Tavares, que também foi vice-prefeito de Goianésia na gestão antecedente.

Médico nefrologista, fundador CLINEFRO, Dr. Robson elencou o que vem dando errado, aponta possíveis soluções e cobra o que chama de “atitudes imediatas” da Secretaria de Saúde no combate à COVID-19, que soma 70 os casos notificados na cidade.

“Atitudes imediatas”, abreviou Dr. Robson, que também nesta segunda-feira (13) falou sobre o assunto, ao vivo, na Vale TV Brasil.

“A Secretaria de Saúde de Goianésia precisa colocar nos boletins epidemiológicos a origem dos bairros de cada paciente, aí a gente poderia ficar orientado de como está sendo a distribuição, e informar todos os dados desses pacientes suspeitos e diagnosticados: idades, se têm alguma doença associada, se é hipertenso, diabético, cardiopata, se tem doença pulmonar crônica”, cobrou.

Outra atitude a que Dr. Robson chama de “prudente também”, e que ele adotaria, seria a Prefeitura de Goianésia assumir as duas estruturas físicas construídas pelo governo do estado, a do CREDEQ e a do AME, hoje denominada POLICLÍNICA.

“São estruturas que permitem fazer rapidamente um hospital com enfermarias para atender os pacientes suspeitos. E através de uma comunicação maciça em toda a cidade, com carro de som, rádios e redes sociais, informar que todos os pacientes portadores de sintomas respiratórios devessem procurar uma dessas unidades. Eu pensaria em fazer um pronto-socorro no AME para todas essas urgências e suspeitas de casos respiratórios e deixaria a UPA única e exclusivamente para atendimentos ortopédicos, traumas e causas clínicas que não sejam de falência ou algum quadro respiratório”, orientou.

Para Dr. Robson Tavares, seria necessária a contratação de pessoal para atender nas duas estruturas.

Para a população de risco, pacientes idosos, diabéticos, hipertensos, cardiopatas, ele defende um monitoramento mais específico, com o fornecimento de máscaras e orientações. Para tanto, o ex-secretário de Saúde diz que as unidades básicas de saúde já têm catalogados esses pacientes.

No tocante ao exame da COVID-19, Dr. Robson defende que a Secretaria de Saúde assuma o pagamento desses exames, que podem ser feitos aqui mesmo em Goianésia, para pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus e das pessoas com quem eles tiveram contato. Segundo ele, esses exames, chamados de testes rápidos, custam R$ 250.

“Dessa forma, a agente conseguiria fazer o diagnóstico mais rápido”, justifica.

O ex-titular municipal da Saúde acha que a Pasta deveria receber um aporte financeiro maior nesse momento de crise, para contratação de pessoas e para a montagem de uma estrutura de urgência, que seria no AME.

“Nós só temos 2 respiradores na UPA, comprar respiradores ou consegui-los de outro modo, e montar semi-intensivas lá no AME. Diante da situação, ou o Poder Executivo tiraria o dinheiro de outras fontes ou diminuir os salários do primeiro escalão”, afirmou.

Para o médico e ex-secretário de Saúde, a situação do município é grave e ele enxerga, ao contrário do atual secretário de Saúde, Hisham Mohamad Hamida, transmissão comunitária em Goianésia.

“Infelizmente, já estamos com uma transmissão entre as pessoas, já não existe mais aquela transmissão oriunda de pessoas que não são de Goianésia. Já estamos tendo transmissão comunitária, com certeza. Tudo aquilo que o secretário relatou são situações não inerentes a Goianésia: Goianésia não é uma cidade de passagem, não tem um grande fluxo de pessoas, nossa comunidade é fechada”, explicou.

 

 

 

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