Candidato do PSDB, João Doria Júnior, de 58 anos, será o próximo prefeito de São Paulo. No pleito realizado no domingo, 2, o tucano conquistou maioria absoluta dos votos válidos e foi eleito em primeiro turno. Fundador do grupo empresarial que leva o seu sobrenome, publicitário e jornalista, o futuro comandante do poder Executivo da capital paulista passou a campanha eleitoral se declarando que não era político, mas sim um “gestor” e “administrador”.
Pré-campanha
Reconhecido pelo grande público por apresentar o programa semanal de entrevistas ‘Show Business’, exibido pela Band, e ter comandado uma das edições do reality show ‘O Aprendiz’, na Record, Doria teve de levar a melhor no embate interno do PSDB. Apadrinhado pelo governador paulista, Geraldo Alckmin, a intenção dele de se tornar prefeito de São Paulo evidenciou o racha entre “alckmistas” e “serristas” dentro do diretório municipal do partido. Até vencer as prévias realizadas em março, superando o vereador Andrea Matarazzo (apoiado pelo hoje ministro José Serra) e o deputado federal Ricardo Trípoli, Doria recebeu acusações de fazer campanha ilegal, como comprar votos de militantes. Apesar das críticas de dentro da legenda, teve a candidatura homologada no fim de julho.
Saída da TV
Antes mesmo de ser oficializado como o nome dos sociais-democratas para a disputa majoritária em São Paulo, Doria se afastou na televisão em junho. Na ocasião do anúncio de sua saída da televisão, o então pré-candidato tucano avisou que a decisão de deixar seu espaço na mídia depois de mais de duas décadas representava ato de coragem e responsabilidade. Em conversa com jornalistas, ele disse algo que passaria a dar o tom de sua campanha eleitoral, a de que era alguém que fugia do padrão da política tradicional.
“Quando um empresário se candidata, os políticos não ficam muito felizes, porque foge do padrão. Não desmerecendo a atividade política que é muito importante, séria e fundamental, mas sinto com muita clareza a diferença de posicionamentos meus com os políticos em geral. Não vim para fazer mais do mesmo, quero fazer a diferença”, disse Doria no evento em que se despediu da apresentação do já mencionado ‘Show Business’ e do ‘Face a Face’, atração transmitida pelo canal de notícias BandNews FM.
Campanha
Fora da televisão como apresentador, João Doria seguiu aparecendo na telinha e no rádio por meio da campanha partidária. Foi, inclusive, o candidato com maior tempo no horário político e com mais direito a inserções comerciais durante o período, pois conseguiu formar a coligação “Acelera São Paulo”, que reuniu 13 legendas, entre elas o DEM, o PSB e o PPS. Tendo o também tucano Bruno Covas como vice, o candidato do PSDB teve ao menos um problema com a Justiça Eleitoral, que proibiu a veiculação de paródia do comercial do posto Ipiranga em que criticava diretamente a gestão do petista Fernando Haddad.
Para concorrer à prefeitura de São Paulo, Doria declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de quase R$ 180 milhões. Entre os bens estão ações em empresas, aplicações nos Estados Unidos e no Brasil, além de jóias e obras de arte. Além disso, ele garantiu ter quatro automóveis: um Pajero, um jipe Suzuki e dois Porsches Cayenne. Na parte imobiliária, ele é dono de uma mansão no Jardim América, na zona oeste da capital paulista, outra residência em Porto Seguro (BA) e uma casa em Campos do Jordão (SP), onde foi condenado a devolver área incorporada ao terreno de forma irregular.
Prefeito eleito
Ao ser oficializado como prefeito eleito de São Paulo, João Doria concedeu entrevista coletiva, em que agradeceu seus principais adversários. Antes mesmo de o resultado do pleito ser matematicamente definido, o candidato tucano chegou a participar – por telefone – de programas de rádio e televisão. Em uma das entrevistas vivo, ele demonstrou estar inteirado das movimentações da imprensa e ao conversar com a âncora Amanda Klein, da Rede TV, desejou sucesso a Boris Casoy, novo reforço da emissora e que deve estrear no comando do ‘RedeTV News’ nesta semana.
Fonte: Comunique – se