Jornalistas e radialistas da Rádio e TV Cultura entram em greve

Os jornalistas e radialistas da Rádio e TV Cultura seguem no movimento grevista iniciado nesta quinta-feira (8). A greve é histórica por reunir as duas categorias em luta por melhores salários e condições de trabalho e por contar com ampla adesão dos funcionários.

Nesta quinta, os trabalhadores cruzaram os braços desde a madrugada e ficaram unidos na porta da empresa, organizados,  cientes da importância da paralisação das atividades, e com apoio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo (Radialistas-SP).

O último aumento salarial dos jornalistas aconteceu em dezembro de 2013, e para repor a inflação do período reivindica-se um reajuste de 25,12%. Para os radialistas, o último aumento foi em maio de 2014, e é necessário um reajuste de 20,72% apenas para repor a inflação acumulada. Não se pode aceitar de braços cruzados que os salários fiquem congelados por quase três anos, e sem perspectivas de reajuste, quando a inflação se mantém num patamar de 10% ao ano.

A Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e TV Cultura, entrou com pedido de liminar para garantir que 60% dos funcionários trabalhem. A solicitação foi acatada pela Justiça porque, na decisão da juíza Alcina Maria Fonseca Beres, do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, o entendimento foi de que se trata de um serviço essencial.

Porém, o SJSP recorreu da medida porque, além da legitimidade do movimento grevista, no setor de telecomunicações apenas a telefonia pode ser considerada um serviço essencial, mas não as atividades de uma empresa de rádio e televisão. O Sindicato também não concorda com a lei determinar o trabalho de 60% no caso de serviços essenciais, por considerar que o dispositivo atinge o direito democrático e legítimo que os trabalhadores têm de definir a forma e o alcance de sua greve.

Em assembleia com grande presença, os trabalhadores em greve debateram a situação e apoiaram o recurso à Justiça. Ele se baseia num exemplo de 2015, quando, numa greve dos funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Justiça decidiu favoravelmente aos trabalhadores. Na época, o entendimento foi de que a atividade da empresa de comunicação não podia ser considerada  essencial, e que os jornalistas e radialistas tinham o pleno direito à greve.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte:Sindicato dos jornalistas de São Paulo

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