Jogos às 11 horas no Campeonato Brasileiro têm público 31% maior do que a média do torneio

Torcedores e jogadores que participam do Brasileiro de 2015 ocupam campos opostos em relação a uma novidade desta edição do mais importante torneio nacional: os jogos às 11 horas aos domingos.

As médias de público nos jogos do horário mostram que ele agrada os frequentadores de estádios.

As duas partidas que tiveram mais público no torneio foram disputadas às 11 horas.

A média de público nos jogos da manhã é de 25.395 pagantes, significativamente superior (31%) à média de 17.525 por partida do Brasileiro.

Neste domingo (13), o Corinthians fez seu primeiro jogo no horário e conseguiu o melhor público do time na história do seu novo estádio. A vitória, por 3 a 0, sobre o Joinville teve 41.809 pagantes.

Em junho, o Atlético-MM venceu o Joinville por 1 a 0 diante de 55.987 pagantes no Mineirão, em Belo Horizonte.

No mês seguinte,São Paulo e Coritiba levaram 59.482 torcedores ao Morumbi para prestigiar a vitória do time da casa por 3 a 1.

Palmeiras e Santos também tiveram seus maiores públicos jogando às 11 horas.

Na Vila Belmiro, o Santos recebeu 13.481 pagantes em maio e empatou com o Sport por 2 a 2, em maio.

Em agosto, o Palmeiras, que já jogou três vezes no horário neste Brasileiro, decepcionou boa parte dos 38.794 pagantes no Allianz Parque ao perder para o Atlético -PR por 1 a 0.

A avaliação da CBF é de que o horário atrai um público de perfil diferente, mais “familiar” e menos propenso a brigas. Além disso, o horário não prejudicaria a rotina dos torcedores aos domingos.

O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, já disse que pretende aumentar o número de jogos no horário. Que pretende aumentar o número de jogos no horário.

“O horário das 11h nos aproxima do público europeu. É algo que nós devemos avaliar não apenas pela quantidade de público, mas também pelas características: mais famílias”, disse Walter Feldman, secretário-geral da CBF.

Espanha, com jogos às 12h no sábado, Inglaterra, com partidas às 12h45, e Itália, às 12h30 no domingo, inspiraram a CBF a introduzir o horário.

Já os jogadores têm reclamado das partidas às 11 horas. Queixam-se da mudança de dieta rotina e do calor.

Com a necessidade de consumir carboidratos horas antes dos jogos, eles têm de dormir mais cedo, acordar também cedo e comer alimentos que no Brasil não costumam ser consumidos no horário, como macarrão e batata-doce.

Em agosto, na vitória por 4 a 2 sobre o Flamengo, o lateral Lucas, do Palmeiras, teve que ser substituído após sentir tonturas e fraqueza devido ao calor.

“Isso tem que acabar antes que aconteça algo pior”, disse após a partida.

Em entrevista, Renato Augusto, do Corinthians, afirmou odiar o horário.

“Horrível. Sou muito contra isso. Não dá para ter segundo tempo ao meio-dia”, disse.

Diante de reclamações de alguns clubes, a CBF marcou reunião para o fim de setembro para avaliar as queixas, especialmente com relação às altas temperaturas em algumas sedes de jogos de manhã.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha de São Paulo

Adicionar Comentario

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.