Stock Car é palco para campanha do Dia Mundial da Água em Goiânia

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria das Cidades e do Meio Ambiente (Secima) realiza a campanha Plante Água durante o Dia Mundial da Água, dia 22 de março. O objetivo é conscientizar a população quanto a importância do uso consciente dos recursos hídricos e da relação entre desmatamento e falta de chuvas, fato comprovado pela diminuição dos índices pluviométricos registrados no Centro-Oeste nos últimos cinco anos.

Entre as atividades a serem realizadas está a distribuição de mudas nativas do Cerrado durante a estreia do Campeonato Brasileiro de Stock Car. Ao todo, serão distribuídas mil mudas durante o evento, junto com um material educativo para esclarecimento sobre a necessidade do plantio de árvores, da recuperação de nascentes e matas ciliares e do reflorestamento para a segurança hídrica e o consequente desenvolvimento socioeconômico da sociedade.

A primeira etapa do Campeonato de Stock Car no domingo no Autódromo Internacional de Goiânia, coincide com o Dia Mundial da Água. O evento tem um enorme potencial de repercussão da campanha, por reunir no mesmo espaço, milhares de pessoas e por contar com ampla cobertura midiática. Nesse sentido, o engajamento da equipe Hot Car e dos pilotos Fábio Fogaça/Leandro Totti e Raphael Abbate/Nicolas Costa surge como um enorme ganho à causa ambiental. Os carros da equipe levarão adesivos da campanha e os pilotos também distribuirão aos fãs mudas nativas do Cerrado durante a visitação aos boxes.

“É um dia importante para conscientizar a todos sobre a importância da utilização dos recursos hídricos. Ainda mais nesse momento em que muitas cidades passam por racionamento e falta d´água. Acho que a iniciativa vai ajudar a repensar atitudes e maneiras para conservar a água para a nossa e para as futuras gerações”, destacou o piloto Fábio Fogaça.

“A água é o elemento fundamental da vida, se todos economizarem não faltará a ninguém, plante água, plante vida”, completou Abbate, que em Goiânia fará sua estreia na principal categoria nacional. A largada da primeira etapa da Stock Car está marcada para as 10h30.

Crise
A retirada da cobertura vegetal do solo, agravada por atividades como agronegócio e mineração, contribui para reduzir a disponibilidade de água nas torneiras. No cerrado, onde estão as nascentes das principais bacias hidrográficas da América do Sul, incluindo a do Rio São Francisco, que quase desapareceu com a seca, a situação é alarmante. A área devastada no segundo maior bioma brasileiro chega a 1,5 milhão de metros quadrados — em torno de 75%. Em Goiás, o índice chega a 50%. Com isso, a água da chuva deixa de ser absorvida pela vegetação e não chega aos aquíferos. Conforme o Instituto do Trópico Subúmido (ITS), ligado à Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), estima-se que, a cada ano, pelo menos 10 pequenos córregos desaparecem na região.

A situação se agravou a partir de 1970, quando a exploração das terras pelo agronegócio intensificou a destruição da vegetação nativa. As plantas substitutas (soja, cana-de-açúcar, algodão e outras monoculturas) não são capazes de exercer a função ecológica das originais, por terem raízes subsuperficiais. Os cursos d’água, portanto, diminuem de nível até desaparecerem por completo.

Sem a vegetação nativa, a água da chuva não será absorvida pelo solo e não chegará aos aquíferos que abastecem quase todas as bacias hidrográficas do país. Em um período de estiagem, os cursos d’água, que já não são alimentados de maneira satisfatória por precipitações, diminuem ainda mais o volume, provocando crise hídrica como a que assola o Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentarios Recentes

  1. “A preocupaçao com a falta de água não deve se resumir em um dia, de nada vai adiantar refletir em um dia se no restante do ano continuarmos a apedrejar o meio ambiente”.

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