Divulgado balanço da violência contra jornalistas em 2014

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) acaba de divulgar o balanço da violência contra jornalistas em 2014. Foram registrados 66 assassinatos, sendo dois no Brasil que ficou na 111ª posição no ranking mundial. Em 2013, o Brasil estava na centésima oitava posição, agora ficou atrás de Uganda (110º). A situação do país poderia ter ficado ainda pior, caso a RSF tivesse considerado as mortes de Geolino Xavier e José Lacerda da Silva e não só as de Pedro Palma e Santiago Andrade. A organização informou que só incluiu os assassinatos de jornalistas ocorridos e confirmados devido ao exercício profissional.

A decisão do juiz da 4a Vara Federal de São José do Rio Preto, no Estado de São Paulo, que autorizou neste mês a quebra de sigilo telefônico do repórter Allan de Abreu e do jornal Diário da Região com objetivo de determinar a identidade da fonte do jornalista, que estaria na origem do vazamento de informações confidenciais de uma operação da Policia Federal, também, mereceu destaque negativo no site da RSF.

Segundo a organização, os protestos ocorridos no Brasil desde o ano passado levantaram questões sobre o modelo de mídia dominante e destacou os métodos terríveis que ainda são utilizados pela Polícia Militar do Estado de São Paulo desde a época da ditadura. “No decorrer dos protestos, cerca de 100 jornalistas foram vítimas de atos de violência, dos quais mais de dois terços foram atribuídos à polícia”, afirma a RSF.

Regulação da mídia

“Como a própria terra, o panorama da mídia latino-americana se distingue por uma elevada concentração da propriedade, por oligopólios de mídia que são um reflexo das oligarquias locais e nacionais. Isto permitiu a perpetuação de configurações de mídia de transmissão que foram estabelecidas ou confirmados sob as ditaduras militares dos anos 1960 e 70”, apontou a organização.

“O fim da censura sistemática infelizmente não terminou com essa alta concentração da propriedade, que ainda constitui um obstáculo ao pluralismo real. Brasil, Chile e Colômbia são todos bons exemplos. Ainda mais grave são as ligações incestuosas entre os meios de comunicação dominantes e os centros de poder que ditam a agenda política em certos países”, concluiu a RSF.

 

 

 

 

 

 

 

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