Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul deve entrar na Justiça para evitar demissões no Grupo RBS

O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul (Sindjors) afirmou que vai acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) para solicitar informações sobre as demissões anunciadas pelo Grupo RBS na última segunda-feira, 4. A entidade ainda tentará um diálogo para que os colaboradores desligados continuem com benefícios como convênio médico e auxílio-refeição por um determinado período.

De acordo com Milton Simas, presidente do Sindjors, a entidade não foi informada e a empresa não se pronunciou em relação a possíveis acordos com funcionários. “Não houve respeito à entidade da classe”, afirmou. Ainda segundo o presidente, o sindicato não poderia evitar as demissões, já que a decisão é administrativa, mas poderia auxiliar para que a situação fosse menos traumática para os colaboradores. O dirigente afirmou que será tentado um diálogo com o Grupo RBS. Caso não haja resultados, uma audiência com o Ministério Público do Trabalho será realizada para solicitar detalhes como processo de demissão, acordos e justificativas para a ‘demissão em massa’.

A Federação Nacional dos Jornalistas está preparando um comunicado repudiando a ação do grupo, que terá a assinatura dos sindicatos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com apoio da entidade do Paraná. Um ato em frente ao jornal Zero Hora também está sendo organizado e será realizado na próxima sexta-feira, 8, a partir das 17h, em solidariedade aos colegas jornalistas demitidos.

A decisão de dispensar os 130 funcionários, segundo o presidente do grupo, Eduardo Sirotsky Melzer, tem por objetivo ampliar a produtividade e eficiência e garantir o crescimento da empresa. Em mensagem enviada aos funcionários, o empresário afirmou que não está insensível ao impacto dessas demissões na vida das pessoas e da empresa. “Não promover mudanças seria uma irresponsabilidade com estes profissionais, um erro com todos vocês, além de um descaso com nossos clientes e com o nosso projeto de futuro, que já está em andamento”, defendeu, lembrando que a organização emprega cerca de 6 mil profissionais.

O executivo recorreu aos avanços tecnológicos e às mudanças na forma de consumir mídia para enfatizar a necessidade de se reinventar. Duda, como é conhecido, fez questão de reforçar que a RBS não passa por crise financeira. Segundo ele, a empresa investe e redesenha sua operação “buscando velocidade e desprendimento”. “Aquelas empresas que têm a coragem de se posicionar no mundo novo sairão fortalecidas”, ressaltou.

Duda também contou que nesta sexta-feira, 8, será apresentada aos líderes da empresa a Carta Diretriz, documento que reforça princípios como simplicidade, produtividade e eficiência, qualidade, inovação, crescimento sustentável e meritocracia. “Tenho dito que somos uma empresa em beta. Isso significa que nosso processo de transformação será contínuo e permanente.”

As demissões anunciadas alcançam também os veículos de Santa Catarina. O editor assistente do jornal Hora, André Pinheiro, e a editora de Geral do Diário Catarinense (DC), Sicilia Vechi, não integram mais as equipes dos veículos.

Sicilia Vechi estava no Grupo RBS desde 2004, onde foi repórter do Jornal de Santa Catarina, subeditora e editora de Geral, chefe de reportagem e de produção do Jornal Hora de Santa Catarina. Já André Pinheiro era editor assistente do Hora havia um ano e fazia a curadoria do blog ‘Frente e versos’, publicação online do jornal sobre poesias.

As informações ainda dão conta de que as áreas de Arte, e as editorias de Política e Economia do DC também registram desligamentos.

No Rio Grande do Sul, outra dispensa confirmada é a de Eduardo Nunes, repórter de Notícias de Zero Hora.

O jornalista Alexandre Bach, que atuava como editor-chefe do Diário Gaúcho, é mais um dos profissionais a deixar o Grupo RBS nesta quarta-feira, 6. Ele trabalhava na empresa havia 25 anos e integrou a equipe que ajudou a implantar o Diário Gaúcho, em 2000.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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