Em protesto contra a Copa em Porto Alegre Jornalistas ficam feridos

Dois jornalistas e um manifestante ficaram feridos ao serem atingidos por estilhaços de bombas disparadas pela Polícia Militar durante uma manifestação contra a Copa do Mundo, em Porto Alegre.

Cerca de 150 manifestantes iniciaram o ato contra o Mundial por volta das 13h desta quarta-feira (18) na avenida João Pessoa, região central da cidade.

O grupo fechou a avenida e tentou marchar em direção ao estádio Beira-Rio, onde começava a partida entre Austrália e Holanda, mas foi impedido por uma barreira da Brigada Militar, que usou bombas de efeito moral para dispersar a manifestação.

Os jornalistas Daniel Favero, do portal Terra, e Cristiano Soares, da rádio Guaíba, do Grupo Record, ficaram feridos e foram levados para o Hospital de Pronto-Socorro de Porto Alegre.

Às 15h, Favero, que foi atingido no braço e na barriga, já havia sido liberado. Soares, atingido na mão, permanecia em atendimento, mas seu estado não era grave.

Favero relatou que estava entre a polícia e os manifestantes quando foi atingido pelos estilhaços de bombas. Um pedaço de borracha do tamanho de uma bola de gude ficou alojado em seu braço e foi retirado no hospital.

“Na minha avaliação, os policiais foram irresponsáveis ao jogarem bombas que soltam estilhaços em cima das pessoas. Não havia motivo para agirem daquela forma”, disse.

Um manifestante não identificado também foi encaminhado ao HPS. Duas mulheres que participavam do protesto tiveram escoriações leves no tornozelo devido aos estilhaços de bomba.

A Secretaria de Segurança do Rio Grande do Sul informou que vai se manifestar por meio de nota.

Procurado, o subcomandante da Brigada Militar, Silanus Mello, não atendeu a reportagem. No domingo, o coronel admitiu que a Brigada Militar estava adotando “restrições em função da Copa do Mundo” ao impedir que manifestantes caminhassem em direção ao estádio.

Após a ação da polícia, os manifestantes desviaram a rota inicial e se dispersaram na região do largo Zumbi dos Palmares.

Os manifestantes integram o Bloco de Lutas, que liderou as principais manifestações contra o aumento da tarifa de transporte público em Porto Alegre em 2013.

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha de São Paulo

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