1ª jogo da final da Copa do Brasil com muita confusão na Vila Capanema

Palco do primeiro jogo da final da Copa do Brasil de 2013, o estádio da Vila Capanema, em Curitiba, mostrou não estar à altura para receber um jogo de tamanha importância. Com problemas logísticos e de organização desde as primeiras horas da última quarta-feira, o local foi palco de uma série de confusões antes, durante e depois do empate por 1 a 1 entre Atlético-PR e Flamengo.

Se dentro de campo a bola corria com dificuldade e o gramado não agradava ambos os times, do lado de fora das quatro linhas os problemas eram ainda maiores. Sem um controle rígido de acesso e um esquema de segurança que causou confusão, um fotógrafo e uma cinegrafista foram furtados enquanto trabalhavam antes do jogo.

Heuler Andrey, da agência Agif, e Daiane Cordeiro, que prestava serviço ao Atlético-PR, tiveram todo o equipamento levado por pessoas que circulavam livremente na área reservada para imprensa.

“Eu virei para o lado para falar com um colega. Quando voltei, já não tinha mais nada. É frustrante demais. Um lugar que deveria ser de trabalho agora nos dá preocupação de segurança. Isso aqui está uma bagunça”, desabafou o fotógrafo que calcula ter perdido R$ 100 mil em equipamentos.

“Eram duas câmeras e cinco lentes. Não sei o que fazer. Como vou trabalhar?”, desesperou-se, enquanto prestava queixa em um posto da Polícia Civil no estádio Durival Britto e Silva.

Para a cinegrafista, o prejuízo foi menos, mas não menos frustrante. “Perdi uma câmera de aproximadamente R$ 12 mil e outros equipamentos. O delegado disse que vai investigar, mas é quase impossível. O estádio não tem nenhum circuito interno de TV”, lamentou Daiane.

Enquanto os dois profissionais prestavam suas queixas, os grandes astros do espetáculo também tinham problemas. Perdido nos arredores do local e preso na porta que deveria dar acesso ao estádio, o elenco do Flamengo teve que descer do ônibus ainda do lado de fora da Vila Capanema, passar no meio da torcida e ir andando para o vestiário.

“Está tudo errado. Não podemos chegar assim para uma final. Além disso, o vestiário não existe. Não cabe todo mundo lá dentro. Enquanto os jogadores se trocam, nós esperamos do lado de fora”, disse um membro da comissão técnica do rubro-negro carioca.

Jogador barrado
E os problemas não se restringiam aos visitantes. Jogadores do elenco do Atlético-PR também tiveram dificuldades no estádio. O goleiro reserva Renan Rocha, que não estava relacionado para a partida, não conseguiu um lugar para ver o jogo e teve que acompanhar a decisão próximo do alambrado que divide campo e torcida.

“É complicado, mas não vou brigar. Só não entendo não ter um lugar para um membro do time”, desabafou.

Ao lado do goleiro reserva, torcedores também revelavam toda sua insatisfação. Centenas de sócios-torcedores do Atlético-PR que portavam ingressos não conseguiram lugar e tiveram que assistir ao jogo em pé, ao lado da grade do campo.

“Sou sócio desde a década de 70, trouxe minha esposa e meus dois filhos e não tem lugar”, relatou o advogado João Hortmann, de 63 anos, que foi obrigado a ver o jogo de um ponto onde não se tinha a visão completa do gramado.

Imprensa também sofre
Quem também viu o jogo em um lugar sem a melhor das visões foi a imprensa. Enquanto as emissoras de TV e rádio se espremiam em minúsculas cabines para realizar suas transmissões, profissionais de mídias escritas não tinham local para ficar. Cerca de 25 repórteres acompanharam a final em pé, no meio da torcida do Atlético-PR.

Até mesmo a TV Globo, que costuma transmitir as finais de campeonatos com equipes completas no estádio, preferiu que seu time de narradores e comentaristas acompanhassem tudo do estúdio, no Rio de Janeiro.

Na Vila Capanema, apenas os repórteres de campo, que sofreram com as ofensas da torcida e ainda lutaram por um espaço na entrevista coletiva do técnico Jayme de Almeida improvisada em um dos bancos de reservas do estádio.

Brigas, pedras e feridos do lado de fora
E quanto os problemas pareciam finalmente ter fim, a coisa piorou. Desta vez, fora do estádio. Na saída do jogo, um grupo de torcedores do Flamengo foi surpreendido e atacado com pedras e barras de ferro pelos fãs do Atlético-PR. Dois integrantes de uma torcida organizada do rubro-negro carioca ficaram gravemente feridos e foram levados a um hospital da região.

Com tantos problemas dentro e fora do estádio Durival Britto e Silva, Flamengo e Atlético-PR não torcem apenas por um bom resultado, mas também por uma estrutura mais tranquila no duelo do dia 27, no Maracanã, que irá definir o campeão da Copa do Brasil.

“Aqui foi demais. Não dá. Espero que tudo corra bem na quarta que vem, para nós, que participamos do jogo, para quem trabalha e para a torcida”, disse o diretor executivo de futebol do Flamengo, Paulo Pelaipe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uol.

Adicionar Comentario

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.