Migração de rádio AM não será obrigatória e dependerá da disponibilidade de canais em FM

A presidente Dilma Rousseff assinou hoje o decreto que possibilita a migração das rádios AMs para a faixa FM. O tema já era uma reivindicação antiga do setor e hoje passou a ser de conhecimento nacional, acompanhado de perto por toda a população brasileira através da repercussão da assinatura do decreto. As emissoras AMs interessadas terão 1 ano para solicitar a mudança para a faixa FM e o Ministério das Comunicações verificará a disponibilidade de canais em FM. Nas regiões mais populosas do país, onde há uma grande concentração de rádios em FM, o AM deverá utilizar uma faixa estendida em frequência modulada.

Em regiões que já contam com um elevado número de estações em FM, o rádio AM deverá migrar para a faixa que está sendo chamada de “FM estendido”, compreendido entre os canais 76 a 88 MHz. Esse processo deverá ser intensificado conforme a televisão migre por completo para a transmissão digital, já que a faixa do FM estendido é compreendida justamente pelos canais 5 e 6 de TV analógica. Porém alguns centros importantes, com destaque para capitais das regiões Norte e Nordeste, além de determinadas localidades do interior do país, poderão ter suas AMs fixadas na faixa convencional do FM (88 a 108 MHz), acelerando esse processo. A estimativa da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) é que 90% das 1.784 emissoras AM passarão a operar na faixa FM, ação que não será obrigatória.

Durante o evento de hoje em Brasília o Ministro das Comunicações Paulo Bernardo lembrou que muitos receptores que estão a venda no mercado não possuem mais a opção de sintonia da faixa AM, com destaque para os rádios automotivos. A expectativa do meio é que a mudança do AM para o FM torne mais fácil a recepção por parte dos ouvintes. Bernardo também lembrou que será necessário que a indústria trabalhe da elaboração e venda de receptores que disponibilizem a faixa estendida, uma necessidade futura nos grandes centros. Alguns aparelhos já disponibilizam essa opção quando o ouvinte muda a forma de recepção de Banda Americana para a Asiática (que começa em 76 MHz). Alguns celulares com FM e rádios automotivos disponibilizam essa opção.

Bernardo informou também que os radiodifusores interessados na migração poderão protocolar requerimento no Ministério a partir de 1º de janeiro de 2014. E mais: quem quiser se manter na AM poderá manifestar interesse em ampliar a cobertura nessa faixa. O ministro também informou que durante um certo tempo será permitido que as rádios transmitam em AM e FM, para que haja a migração da audiência “sem sobressaltos”.

Dilma afirmou que migração que acabou de autorizar vai melhorar a qualidade de transmissão, com menos ruído e interferência e vão manter e ampliar o seu número de ouvintes, também aumentando o poder de negociação das emissoras na área comercial. Apesar do tema internet e aplicativos ter sido destacado no discurso de Dilma Rousseff, o celular também passa a ter um papel importante na disseminação do rádio AM em FM: boa parte desses aparelhos atuam com recepção de emissoras em FM, porém ignoram a faixa AM. Esse fato deixará de ser um problema com a migração.

Durante a cerimônia o presidente da Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), Luiz Claudio Costa, presenteou Dilma com uma camiseta da campanha “Eu amo o Rádio”, lançada hoje pela entidade.

No início dessa semana o Tudo Rádio ouviu Eduardo Cappia, diretor e membro do comitê técnico da Aesp – Associação das Emissoras de Rádio e Televisão de São Paulo, profissional que explica aos leitores do portal os detalhes que envolvem essa migração das AMs: clique aqui para acompanhar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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