Felipão já chegou causando polêmica

Luiz Felipe Scolari já chegou causando polêmica. Logo em sua primeira entrevista como técnico da Seleção Brasileira, na manhã desta quinta-feira, Felipão acabou criando um mal-estar com os bancários após uma declaração. Ao ser questionado sobre a pressão de ter que vencer a Copa do Mundo no Brasil, o treinador fez uma comparação com o trabalho dentro de um banco, o que acabou desagradando a classe.

– Quem joga futebol tem pressão, e os jogadores têm que saber isso. Tem que trabalhar nesse aspecto. Se não quer pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada, aí não tem pressão nenhuma – disparou Felipão.

Horas depois da polêmica declaração, o Banco do Brasil, citado por Scolari, emitiu uma nota lamentando o episódio e aproveitou para alfinetar o técnico.

“O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luíz Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da Seleção”, diz um trecho da nota.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também se manisfetou sobre o comentário de Felipão. Em nota assinada pelo presidente da entidade, Carlos Cordeiro, a Contraf-CUT forneceu dados e afirmou que o técnico “parece não ter conhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional”.

“Luiz Felipe Scolari começou mal como novo técnico da Seleção Brasileira. Esperamos que ele não esteja tão desatualizado sobre futebol quanto está sobre as relações de trabalho nos bancos”.

Confira abaixo as duas notas na íntegra:

Banco do Brasil

O Banco do Brasil, junto com todo o povo brasileiro, deseja boa sorte ao técnico Luíz Felipe Scolari em seu novo desafio à frente da seleção, e torce para que as grandes conquistas do vôlei brasileiro, patrocinado pelo BB há mais de 20 anos, inspirem o trabalho da Seleção.

Entrentanto, o Banco do Brasil lamenta o comentário infeliz do técnico Luis Felipe Scolari e afirma que se orgulha por contar com 116 mil funcionários que todos os dias vestem a camisa do Banco, com as cores do Brasil, e trabalham com dedicação e compromisso para atender com excelência às necessidades de nossos clientes e do nosso País.

Para a família BB, planejamento, respeito e organização são os segredos para uma estratégia de sucesso que transforma a pressão do dia-a-dia em motivação para as conquistas e para o apoio ao desenvolvimento do Brasil.”

Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

Bancários repudiam declaração de Felipão

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) repudia a declaração do técnico Luis Felipe Scolari sobre o trabalho dos bancários do Banco do Brasil, feita na entrevista coletiva desta quinta-feira 29, no Rio de Janeiro, ao reassumir o posto de treinador da Seleção Brasileira.

Ao afirmar que, “se não tiver pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil, senta no escritório e não faz nada”, Felipão não apenas desrespeita os trabalhadores bancários, como demonstra total desconhecimento sobre a realidade do trabalho no sistema financeiro nacional.

Cerca de 1.200 bancários são afastados do trabalho mensalmente, por razões de saúde, vítimas do assédio moral e da pressão violenta para que cumpram as metas abusivas de produção e vendas impostas pelas instituições financeiras, inclusive o Banco do Brasil.

Carlos Cordeiro

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)

Felipão diz que não teve a intenção de ofender os funcionários do BB

O técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Luiz Felipe Scolari, entrou em contato nesta tarde com o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, para reparar declaração feita durante coletiva de imprensa nesta manhã.

No contato, Scolari lembrou que é cliente do Banco do Brasil há mais de 30 anos e afirmou que não teve a intenção de ofender os funcionários do Banco. “Eu estou lá é para pedir a colaboração do povo brasileiro à Seleção e não pretendia ofender o pessoal do Banco do Brasil. Foi apenas uma má colocação”.

Para Bendine, o episódio está superado e reiterou a Scolari o apoio dos funcionários do BB. “Você vai ter aqui uma família de 116 mil pessoas que estará torcendo pelo seu trabalho, que você seja muito feliz nessa nova empreitada e que traga de volta aquela alegria que você nos deu em 2002”.

 

 

 

Assessoria de Imprensa do Banco do Brasil.

 

 

 

Comentarios Recentes

  1. Já trabalhei no Banco do Brasil e sei que o que passa na cabeça do Filipão é o mesmo equívoco que passa na cabeça de muita gente. Certa vez, fui procurado por um empresário emergente que queria abrir uma conta e fazer algumas aplicações. Ao me perguntar qual pacote seria melhor para ele, disse: “o que pode te proporcionar maior equilíbrio entre rentabilidade, liquidez e segurança é esse. Entretanto, para o banco, seria mais interessante que você investisse nesse outro”. O empresário, espantado, me perguntou porque ele iria então aplicar em algo que seria melhor para o banco em vez de melhor para ele mesmo. Disse que o outro pacote não era tão ruim e que, a longo prazo, o banco poderia reconhecer e oferecer-lhe alguns descontos em taxas de administração, por exemplo. O empresário preferiu fazer um mix. O meu chefe, ouvindo a conversa, me “delatou” para o gerente dizendo que eu estava agindo contra os interesses do banco.
    O gerente me xingou até, rs: “maldito delegado sindical. Já não basta insuflar os outros funcionários, agora dá prejuízo para o banco e blá, blá, blá”. Um tempo depois, veio uma greve dos bancários em que tivemos 90% de adesão na agência em que eu trabalhava. Finda a greve, fui procurado pelo tal empresário que me disse: “a greve de vcs me deixou p… Só não fechei minha conta porque gostei da sua sinceridade”. Não resisti e contei o que havia acontecido comigo por causa daquela sinceridade. O empresário se indignou e foi ao gerente protestar em minha defesa. O incrível é que o gerente o escorraçou falando que se era para defender “sindicalista insubordinado”, não fazia questão que o empresário mantivesse negócios com a agência “dele” (sic). Resultado: o empresário fechou a suculenta carteira que tinha no banco e saiu esbravejando e prometendo falar mal do Banco do Brasil para todo mundo. É a cúpula que sempre difamou o próprio banco.

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