Governo deve anunciar sistema para a digitalização de rádio até setembro

Em setembro, o governo federal anunciará qual sistema será adotado na digitalização do rádio no Brasil. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 21, pelo secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Genildo Lins, durante o 26º Congresso Brasileiro de Radiodifusão. Segundo ele, a decisão sobre o sistema (tecnologia) e o modelo (processo) será tomada em conjunto com os radiodifusores. “Tudo será decidido por vocês. O governo vai apenas tomar decisões técnicas, dar as ferramentas”, garantiu.

Genildo Lins informou que todo o cronograma será concluído até o fim do ano. Ainda em junho, serão finalizados os testes com as tecnologias DRM e HD, os dois sistemas que se apresentaram ao governo. Em julho, de acordo com o secretário, será “ressuscitado” o Conselho Consultivo do Rádio, composto pela Abert, pelo governo, pela indústria e pelos radiodifusores de todos os serviços.

O secretário foi bastante aplaudido quando informou aos participantes do Congresso que em 2015 todos os processos do Ministério serão digitalizados. “Eu não quero mais tratar com papel”, disse o secretário. A mudança está sendo implementada com apoio da Abert e do Movimento Brasil Competitivo.

De acordo com Lins, a ideia é que os radiodifusores possam se comunicar com o ministério via internet, sem a necessidade de entrar com pedidos em Brasília. “Isso será uma realidade em curto prazo”, garantiu o secretário, informando que no dia 1º de janeiro de 2014 será aberto o sistema eletrônico e que a partir de 2015 o processo será totalmente digitalizado.

“Quem quiser continuar entrando com documentos em papel poderá, mas a tendência de rapidez de análise pelo sistema eletrônico será muito maior”, avisou o secretário. A intenção é que em três meses qualquer pedido seja atendido. “Esse é um prazo que achamos razoável para dar respostas aos radiodifusores”, completou.

O processo de digitalização do rádio no Brasil será, segundo o secretário, um grande desafio. Genildo Lins lembrou que hoje o país tem 5 mil emissoras de rádio, entre educativas e comerciais, além de outras 5 mil comunitárias, o que possibilita medir o tamanho do desfio que vem pela frente.

Segundo ele, são cerca de 10 mil rádios e, ao contrário da TV, que tem apenas um serviço, o rádio tem cinco: FM, AM, OC, tropicais e comerciais, além das educativas. “Ou seja, são 10 mil radiodifusores divididos em seis serviços, com capacidades econômicas completamente diferentes. Esse é o tamanho de nosso desafio”, resumiu.

Embora afirme que a digitalização do rádio provavelmente vai melhorar a percepção do sinal, o secretário alertou que o custo aumentará para o radiodifusor. Com relação aos aspectos tecnológicos, o secretário disse que há somente vantagens para o radiodifusor, porque o sinal melhora e há possibilidade de o rádio ser acessado por meio de tablets, computadores, telefones e até na TV.

Já nos aspectos sociais, a digitalização do rádio oferecerá novos produtos para a população, o que provavelmente vai mudar tanto a percepção das pessoas com relação ao rádio como também a sua relação com ele.

Ao concluir sua conferência, o secretário de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações afirmou que é preciso levar em consideração que qualquer sistema escolhido precisará manter a cobertura do serviço executado. “Uma FM digital tem que ter a mesma cobertura da FM analógica. Isso vale para AM. Já uma FM digital não pode ter a mesma cobertura de uma AM analógica”, explicou.

Genildo também foi aplaudido quando reafirmou uma das políticas de Comunicação do

governo. “Qualquer tecnologia tem que ser totalmente transferida para o Brasil e os equipamentos têm que ser produzidos no Brasil. Isso é uma política de governo da presidenta Dilma Rousseff da qual não abriremos mão. Esse é um recado para aqueles que se candidataram e apresentaram sistemas para testarmos. Transferência, tecnologia e produção nacional”, avisou o secretário, lembrando que o ouvinte só terá um custo e nada mais: o de trocar seu receptor.

 

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