Jogo do Corinthians na Globo tem sumiço de narração e “cotovelada” de Arnaldo em Cléber

O Corinthians empatou com o Santos e se classificou pela primeira vez para a final da Libertadores. Na transmissão da Globo, alguns eventos também aconteceram de forma inédita. O som de Cléber Machado desapareceu, e o “Show do Intervalo” realmente trocou o esporte pelo entretenimento, com direito a tossida no ar e canja de ator de Arnaldo Cézar Coelho, com encenação de cotovelada no narrador e criação de candidatos a bordões.

Se, no jogo de ida, a emissora foi chamada de “corintiana” no Twitter, a preferência parecia ter mudado de lado mesmo antes de a bola rolar: a novela “Avenida Brasil” terminou com “Eu quero tchu, eu quero tcha”, da dupla sertaneja João Lucas e Marcelo, música que tem Neymar no clipe e na letra.

“É hora de acompanhar uma noite que está sendo chamada de uma noite para fazer história”, disse Cléber, em tom filosófico, na abertura da transmissão. “Vale a pena ser testemunha de uma página da história que vai ser escrita. E o coração? Tá batendo forte, tá batendo acelerado?”, perguntou o narrador.

O coração de quem trabalha na Globo deve ter disparado por volta dos 12min do primeiro tempo, quando o áudio de Cléber desapareceu por cerca de 40 segundos. A “narração” ficou a cargo dos gritos da torcida corintiana. “Tivemos um problema com o áudio aqui no Pacaembu, mas já está tudo Ok”, disse. Na verdade, mais ou menos: instantes depois, o problema se repetiu com o repórter Abel Neto. “Globo”, claro, virou um dos TTs (“Trending Topics”, frases mais publicadas) mundiais no Twitter.

 

Show de humor no “Show do Intervalo”
Foi no “Show do Intervalo” que veio o momento de maior diversão para os telespectadores. O primeiro bloco foi esportivo, com os melhores momentos de Coritiba x São Paulo, pela Copa do Brasil. O segundo foi, sem querer, dedicado à comédia, começando, inclusive, com uma bela tossida antes de Cléber anunciar os principais lances da primeira etapa no Pacaembu.

Mas foi na discussão da polêmica – foi ou não cotovelada de Alan Kardec em Ralf no início do lance do gol santista? – que a transmissão chegou ao ápice. Arnaldo, que já havia dito que o atacante não teve intenção de acertar o rival, resolveu encenar como seria uma cotovelada “de verdade”. “Você não vai me usar como exemplo para a cotovelada, né, Arnaldo?”, perguntou Cléber. Claro que foi isso que o comentarista fez.

“Se fosse uma cotovelada, seria assim”, mostrou Arnaldo, fazendo o teatrinho e dando a cotovelada de mentirinha. O comentarista emendou uma frase que pode entrar para o seu rol de bordões. “Futebol é contato físico. Não quer contato físico? Vai para o vôlei, que o adversário fica do outro lado da quadra”, completou. Regra clara para Arnaldo.

Depois de um silêncio – ou seria pausa dramática? -, veio outro candidato a bordão: “Obrigado, Arnaldo, satisfação”. Bastou isso para que os termos “Arnaldo” e “Cléber Machado” chegassem, em instantes, aos TTs dos internautas de todo o mundo.

Fim de jogo, e o sonho corintiano de conquistar o título inédito da Libertadores continua vivo. “A final da Libertadores é realidade”, disse Cléber. Para o torcedor, é contagem regressiva e, por falar em bordão, faltam só mais dois “bola em jogo pra você ligado na Globo”.

Apesar de tudo o jogo da Libertadores rendeu uma audiência de novela das nove para a Globo.

O empate com o Santos alcançou 42 pontos segundo o Ibope da Grande São Paulo, três pontos acima do jogo da semana passada que já tinha alcançado recorde de audiência do futebol no ano.

Até a semana passada, o ibope recorde de Avenida Brasil era de exatos 42 pontos.

 

 

Uol.

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