Bastidores do Rádio e TV

Neste sábado, dia 3 de março, a Rádio Brasil Central (RBC) AM completa 62 anos. Não por coincidência, nascia no mesmo dia, 23 anos depois, em 1973, a versão FM da RBC. Se a Rádio Brasil Central – nascida Rádio Jornal Brasil Central – surgiu no dial dos aparelhos de rádio com o nobre destino de ajudar a causa da transferência da capital do Brasil para o Planalto Central, a FM foi a primeira na Frequência Modulada (FM) de Goiânia. A partir daí, as duas rádios – unidades da Agecom – estiveram presentes nos fatos mais significativos em Goiás e no País.

O locutor Luiz Pimenta Neto,que trabalhou com Jerônimo Coimbra Bueno para a criação da AM, ganhou como prêmio o privilégio de ser o locutor a anunciar no dia 3 de março de 1950 que a partir dali estava no ar a 1.270, Rádio Brasil Central AM. Na 90,1 FM, a tarefa coube à locutora Cleusa Jaques. O então operador de áudio Aluísio Fleury, hoje coordenador de Programação da AM e FM, lembra da emoção de ter sido ele a “soltar a fita de rolo” com a voz de Cleusa Jaques anunciando: “Entra agora no ar, em caráter experimental, a Rádio FM Brasil Central”. Fleury, conta sem esconder a emoção, que foi contratado especialmente para trabalhar como operador da FM. “Assim, o aniversário da rádio é também o meu de tempo de trabalho aqui”, celebra.

A AM, que em 1962 mudou o nome para Rádio Brasil Central, desde o início operava em ondas curtas (OC), ondas tropicais (OT) e ondas médias (OM) e AM. A estrutura, considerada uma das melhores do País, atraía técnicos de rádios como Globo e Tupi,  que vinham conhecer os equipamentos de última geração utilizados aqui. Fernando Cosac, supervisor da RBC AM, fala com orgulho da Rádio estar entre as quatro maiores do Brasil e chegar a vários países pelas Ondas Curtas. “Ainda hoje recebemos cartas de ouvintes da Finlândia, China, Japão, Alemanha, Itália e Canadá, entre vários outros”.

Mas nem sempre as histórias das duas rádios foram marcadas por alegrias. Na noite de 2 de outubro de 1997, um grande incêndio destruiu as rádios e parte da Televisão Brasil Central. Equipamentos, estrutura e muito da memória das emissoras foram definitivamente danificados e perdidos. Depois disso, a rádio funcionou durante algum tempo de forma improvisada. Mas aos poucos retomou sua antiga vocação e, em 2000, a RBC FM consolidou a programação eclética, ouvida até os dias de hoje na 90,1.

Em 2004, novos estúdios foram inaugurados. Com uma equipe de jornalismo entre as mais respeitadas, a Rádio Brasil Central mantém há 40 anos no ar o Mundo em Sua Casa, um dos noticiosos de maior audiência no Estado. Na cobertura jornalística da AM, constam ainda, além da campanha pela transferência da capital, as festividades de inauguração de Brasília; e em 1961, quando ela se juntou à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, na campanha em favor da posse de João Goulart.

Estão também no rol das divulgações em primeira mão feitas pela equipe da AM o assassinato do presidente John Kennedy e, em âmbito nacional, o pronunciamento do então governador Mauro Borges. Foi pelos microfones da AM que Mauro Borges anunciou que não cederia ao golpe militar de 1º de abril de 1961. A campanha pelas Diretas Já, a morte de Tancredo Neves, o acidente radiológico com o Césio 137 e a visita do papa João Paulo II, estão na história recente das coberturas da RBC.

No esporte a equipe é considerada tradicional na transmissão de eventos. O Escrete de Ouro equipe de radialistas esportivos da Rádio, transmitiu diretamente da Itália a Copa de 1990 entre outros eventos e campeonatos importantes mundialmente importantes de outras modalidades. Foi também a primeira rádio goiana a transmitir diretamente do exterior um evento: o campeonato mundial masculino de basquete, em 1974, na Cidade do México.

No vídeo o radialista e jornalista Cassim Zaidem durante sua passagem pela RBC.

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