Fifa briga por cerveja nos estádios da Copa do Mundo

Dia agitado em Brasília. Os deputados da Comissão Especial, que estuda os artigos da Lei Geral da Copa (PL 2330/11, do Executivo), receberam o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, para discutirem sobre pontos que andam causando polêmica no documento. Num primeiro momento, parece que existe uma “troca de favores”: se a Câmara liberar a bebida nos estádios, a Fifa negociará sobre o preço especial para estudantes e a meia-entrada para idosos. A Ab Inbev, com a marca Budweiser, é uma das principais patrocinadoras do torneio.

“A Fifa não está aqui para embebedar as pessoas”, disse o executivo da Fifa. Valcke afirmou que até na Rússia e no Catar, países em que a venda de bebida alcoólica é rigorosamente proibida em estádios, houve uma exceção para o mundial. “Foi considerado que a Copa do Mundo é um evento particular e que excepcionalmente que a bebida seria comercializada nos estádios. Temos esse acordo com nossa parceira Budweiser, de venda de álcool controlada nos estádios. A venda controlada significa, por exemplo, que a cerveja é vendida em copos de plástico e não em garrafas ou latas, que podem ser utilizadas como armas”, afirmou.

O executivo ainda defendeu a proibição, nas imediações dos estádios, do comércio de qualquer produto que não seja de responsabilidade de associados da Fifa, texto que está no projeto de lei. Segundo ele, a medida é necessária para “proteger os parceiros” da federação. Valcke também garantiu que não será permitida a propaganda de qualquer produto que não seja autorizado pela Fifa nos estádios. “Temos que receber os estádios limpos de qualquer propaganda para usá-los durante 30 dias”, reforçou.

Ingressos

Outro ponto importante da discussão tem a ver com o preço dos ingressos. A entidade estuda uma categoria especial, com preços reduzidos: nessa faixa seriam incluídos os estudantes, idosos e pessoas de baixa renda. Esse preço seria de aproximadamente R$ 43 (equivalente a US$ 25). Valcke afirmou que a Fifa nãoom  quer mexer em leis nacionais. Ele admitiu que a entidade “não gosta” da ideia de meia-entrada para estudantes, mas disse que esse é um problema técnico e não financeiro. Por isso, ele sugeriu a criação dessa categoria especial (chamada categoria 4), já que os estudantes não se enquadram nos critérios atuais da federação.

Ricardo Teixeira, por sua vez, pediu “entendimento e cooperação” dos deputados para a aprovação rápida do projeto. “A democracia é saudável, mas o tempo não está mais ao nosso lado. O Brasil fez compromisso com a Fifa e agora tem o dever de fazer uma Copa inesquecível”, afirmou.

Já o presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou que a casa vai fazer um esforço para votar a lei ainda neste ano, mas sem prejuízos para o debate das regras especiais para a realização do evento.

 

Meio & Mensagem com informações das Agências Brasil e da Câmara.

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