Rafinha satiriza seu “desemprego”

Se, como diz a sabedoria popular, a capacidade de rir de si mesmo é um indicativo de maturidade, o humorista Rafinha Bastos pode estar buscando aí algum caminho para se redimir. Ontem, ele postou na sua conta no Twitter uma foto onde supostamente busca emprego, no conhecido “Jornal dos Concursos e Empregos”. Também complementou: “P/ informações completas sobre o meu futuro, enviem suas questões p/ o perfil @OscarFilho. Obrigado.”, em referência ao colega de CQC, Oscar Filho, que o substituiu na última segunda-feria, 10. Antes, Bastos já havia colocado uma foto cercado de moças de biquíni num momento de lazer enquanto os outros trabalhavam e postou no seu blog um vídeo-sátira numa churrascaria.

Embora ninguém confirme oficialmente, o humorista – que tem protagonizado uma série de sequências polêmicas, desde que fez uma piada ao vivo envolvendo a cantora Wanessa Camargo -, afastado atualmente da bancada do CQC, manifestou à TV Bandeirantes sua vontade de sair da emissora, onde é profissional contratado, deixando a cúpula da rede com um problema difícil de contornar. A gota d’água para a insatisfação do comediante foi a não exibição de um quadro pré-gravado sobre o Dia das Crianças estrelado por ele.

A atração era prevista para ir ao ar no CQC desta semana. Extra-oficialmente, a justificativa foi que, no calor da edição, o diretor do programa usou de sua autonomia editorial para estender outras atrações – ali, um quadro com um repórter-mirim no Congresso estava agradando a audiência relatada no minuto a minuto do Ibope. Porém, nos bastidores, prevaleceu a premissa de que o melhor mesmo seria poupar o controverso humorista de mais exposição neste momento delicado de sua carreira. A ordem seria não fornecer combustível para queimar mais ainda o talento da casa.

A cúpula da emissora espera ganhar uns dias. Reconquistar o humorista e sua serenidade são requisitos para manter a linha que tem consagrado o formato. Mas Bastos ainda não teria assimilado que ultrapassou os limites do humor e errou. Tanto a emissora quanto a produtora detentora do formato do CQC, a Eyeworks/Cuatro Cabezas, tentam mantê-lo fora dos holofotes, para que os ânimos esfriem, e estudam uma forma de resolver o caso. Também procuram fazer o humorista entender melhor que a atuação de todos os apresentadores, mesmo quando estão fora da emissora, afeta diretamente a imagem tanto da rede quanto do programa. O sucesso que cada um dos talentos da atração carrega na vida privada também tem essa carga de responsabilidade. E os episódios acabaram minando inclusive fatos positivos em relação ao também apresentador de TV. Por exemplo, ninguém mais se lembra que em A Liga (também um formato Cuatro Cabezas na Band), Rafinha Bastos foi o primeiro a denunciar o trabalho escravo nas oficinas de costura que prestam serviços para a marca Zara, no Brasil, assunto que virou imediatamente pauta na mídia nacional.

De acordo com o site Consultor Jurídico, a cantora Wanessa Camargo entrou na quinta-feira, 13, com ação por danos morais contra o humorista, com um pedido de indenização de R$ 100 mil.

Seja como for, nenhum anunciante tem ameaçado sair do CQC. Mesmo porque há lista de espera de seis meses para inserção no programa.

 

meio&mensagem.

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