Polícia Federal vai investigar Ricardo Teixeira

A Superintendência da Polícia Federal do Rio de Janeiro (SR-RJ/DPF) deve receber nesta segunda-feira, 26, um ofício do procurador da República Marcelo Freire determinando a abertura de um novo inquérito contra Ricardo Teixeira. As informações são do LANCE!NET.

O órgão investigará se o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) trouxe dinheiro ilegalmente ao Brasil. A verba seria fruto de suposto suborno recebido por Teixeira em troca dos direitos de transmissão de algumas edições da Copa do Mundo.

A denúncia foi feita pelo jornalista da BBC de Londres Andrew Jennings, segundo o qual dirigentes da Fifa teriam recebido propina da empresa de marketing ISL pelos direitos do torneio máximo do futebol. O valor total seria de US$ 200 milhões (cerca de R$ 374,5 milhões), sendo que Teixeira, sozinho, teria ficado com US$ 9,5 milhões.

Entenda

Essa mutreta aconteceu na década de 1990, segundo o jornalista, e envolve ainda o ex-presidente da Fifa João Havelange (então sogro de Teixeira). Jennings afirma que o dinheiro foi pago por meio de empresas fantasmas com sede no paraíso fiscal de Liechtenstein, na Europa.

Os dirigentes tiveram de se explicar ao Ministério Público suíço (onde é a Fifa) e, na ocasião, não negaram os recebimentos; pelo contrário: para evitar serem processados, todos devolveram os valores.

Existe uma lista com os nomes dos favorecidos, vista por Jennings e um repórter suíço, François Tanda. O presidente da CBF teria recebido pela Sanud Etablissement, que passou os valores para a empresa brasileira RLJ Participações, cujo principal controlador é o próprio Ricardo Teixeira. A Sanud, aliás, tem o irmão de Teixeira, Guilherme, como procurador no Brasil.

No Brasil

Na lista constam alguns valores repassados de uma empresa para a outra: US$ 1 milhão (em 10 de agosto de 1992); US$ 1 milhão (fevereiro de 1993); US$ 500 mil (maio de 1995); e dois de US$ 250 mil (novembro de 1997). Mas a CPI do Futebol, que já teve quatro processos cruzando o procurador Ricardo Freire e o presidente da CBF, achou mais dois repasses: US$ 399 mil (em julho de 1996) e US$ 199 mil (maio de 1997) – o que justificou a investigação atual.

Freire questiona os empréstimos feitos da Sanud à RLJ que, para ele, são sócias “de fachada”. O procurador diz que os juros e taxas cobrados são muito baixos e que os valores nunca foram saldados enquanto existiu a Sanud. Outro ponto de desconfiança é o fato de a RLJ não ter apresentado garantias de que conseguiria pagar – a empresa, aliás, passou altos valores a terceiros, mostrando que além de não ter condições de pagar os empréstimos, também estava mandando embora o dinheiro que possuía. Entre os beneficiários desses repasses estão Ricardo Teixeira e uma empresa com participação dele.

Se confirmadas as suspeitas, a ISL teria passado dinheiro à Sanud, que passou para a RLJ, que repassou a Ricardo Teixeira, caracterizando lavagem de dinheiro ilegal e, também, não declarado à Receita Federal.

Redação Adnews

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