O Estádio Municipal de Braga, conhecido como a “Pedreira”, ao norte de Portugal, casa do Sporting Clube de Braga, é uma verdadeira obra de arte.
Foi construído em meio a uma antiga pedreira de granito, sendo que uma de suas arquibancadas, com seus imponentes 50 metros de altura, está completamente apoiada na rocha.
Ao contrário desta, a outra arquibancada não tem qualquer tipo de suporte, sendo seu equilíbrio e estabilidade possíveis devido às fundações profundas da estrutura e grossura das paredes.
Ambas arquibancadas estão ligeiramente inclinadas para trás o que ajuda à tensão dos 68 cabos de aço, com 202 metros de comprimento, elementos estruturais que existem para suportar as
coberturas em ambos os lados.
Coberturas estas inspiradas nas pontes construídas pela civilização Inca, no Peru, e com uma configuração curva, que dá ideia de leveza, inspirada no Pavilhão de Portugal, em Lisboa. Estão ligeiramente inclinadas para as calhas situadas na montanha.
Calhas de 40 metros existentes para a recolha das águas da chuva até um reservatório subterrâneo com 500m3, utilizado para armazenamento da água e irrigação do gramado, que mede 105 por 68 e foi trocado apenas uma vez desde a inauguração, em 30 de Dezembro de 2003.
A arquibancada foi inspirada nos anfiteatros gregos, que também aproveitavam o desnível do terreno para dar apoio à estrutura. O telão situado na montanha, quando da inauguração, era o maior da Europa, com 30 metros de comprimento por 9 metros de altura.
Construindo para a Euro 2004, realizada em Portugal, e considerado como o estádio mais bonito do mundo, a “Pedreira” está no Top 10 de locais que se deve visitar em Portugal.
Por esta obra, o arquiteto Eduardo Souto Moura recebeu o Prêmio Pritzker, em junho 2011, o mais elevado da arquitetura a nível mundial.
A honraria foi entregue em Washington, nos Estados Unidos, numa cerimônia onde o estádio foi destacado pelo júri e elogiado pelo presidente estadunidense Barack Obama: um dos quatro “beautiful grounds” do mundo.
O estádio compõe ainda, o Parque Urbano, implantado na encosta do Monte Castro, na periferia da área urbana de Braga e está virado para o Vale do Rio Cávado.
Texto: Marcelo Durães.
@marceloduraesjornalista