Quase 700 mil turistas estrangeiros (691.940) de 203 nacionalidades entraram no Brasil em junho por terra, mar ou ar –a grande maioria atraída pela Copa– segundo dados da Polícia Federal.
O volume é 132% maior que o registrado no mesmo mês de 2013, quando 298 mil estrangeiros ingressaram no país.
Os argentinos, com 102 mil turistas, são a maioria. Americanos (83 mil), chilenos (44 mil), colombianos (41 mil) e mexicanos (34 mil) completam o topo desse ranking.
O número superou a estimativa feita pelo governo para todo o Mundial (600 mil). Não foram computados os dados de julho, que devem ser divulgados nos próximos dias.
Em 2010, cerca de 1,4 milhão de estrangeiros entraram na África do Sul no período da Copa –310 mil deles exclusivamente para o evento. Na Alemanha, em 2006, foram cerca de dois milhões, a metade atraída pela Copa. Os dados são das agências de turismo dos dois países.
A cidade de São Paulo recebeu cerca de 500 mil visitantes, afirmou nesta sexta (11) a prefeitura. Dos turistas, 299 mil eram brasileiros e 197 mil, estrangeiros –a exemplo do fluxo no restante do país, a maioria veio da Argentina.
FEIRAS
Segundo a SPTuris (empresa de turismo da cidade), o volume é 8,6% superior à média de pessoas que vêm a cidade no mesmo período para feiras de negócios –eventos que deixaram de ser realizados na primeira fase da Copa.
Embora não haja dados disponíveis, a cidade perdeu outros turistas de negócio, atividade que visivelmente esfriou durante o Mundial.
Os turistas que estiveram São Paulo gastaram cerca de R$ 1 bilhão entre 12 de junho e 10 de julho, ainda de acordo com a prefeitura.
Em média, o turista estrangeiro despendeu R$ 4.800 por dia; o brasileiro, R$ 2.500.
Segundo a prefeitura, os dados são de uma pesquisa feita nos principais pontos de concentração de turistas, com cerca de 5.000 entrevistas.
Em seu balanço, a gestão fez um mea-culpa e reconheceu ao menos dois problemas. O primeiro foi a superlotação da Vila Madalena, ‘point’ de brasileiros e estrangeiros, que pegou a administração de surpresa e resultou em trânsito, brigas e até venda de drogas ao ar livre.
A prefeitura também não previu o gigantesco engarrafamento –pico de 302km, terceiro maior da história–no segundo jogo do Brasil, contra o México, em 17 de junho. Foi obrigada a ampliar o horário do rodízio de veículos nos demais jogos da seleção.
A gestão diz ter gasto de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões com o “custo operacional” do evento. Mas não contabilizou obras, como os R$ 150 milhões das intervenções viárias no entorno do Itaquerão.
Folha de São Paulo