A Globo distribuiu na semana passada uma recomendação a todos os jornalistas da rede para que adotem uma cobertura “equilibrada” da Copa do Mundo, que ocorre no Brasil de 12 de junho a 13 de julho. A orientação vale principalmente para os profissionais que trabalham para o Jornal Nacional.
Os coordenadores de cobertura da Copa de todas as afiliadas foram orientados a transmitir a repórteres e editores a mensagem de que a Copa e a seleção brasileira são uma paixão nacional, mas que irregularidades deverão ser denunciadas e “pautas positivas” deverão ser evitadas, a não ser que “surjam naturalmente”.
Reportagens que mostram como a Copa está beneficiando grupos de pessoas, como os comerciantes vizinhos a estádios, já não estão sendo produzidas para o Jornal Nacional.
Jornalistas da Globo entenderam a mensagem da seguinte forma: não se deve enaltecer a Copa para não passar a mensagem de que a emissora é aliada da Fifa, organizadora do evento. A rede, enfim, irá cobrir tudo, sem tirar nem por. Só haverá oba-oba em cima da seleção e seus craques, caso o Brasil, é claro, faça uma boa campanha.
Apesar do esforço do jornalismo, a Globo é, sim, aliada da Fifa. Não apenas como detentora dos direitos de transmissão da Copa do Mundo, mas também como licenciadora de mais de 1.700 produtos do evento, que deverão movimentar R$ 2 bilhões no varejo, segundo estimativa da emissora. A Globo já faturou R$ 1,438 bilhão com a venda das oito cotas de patrocínio das transmissões da Copa.
E, se no jornalismo a ordem é procurar distanciamento, na publicidade o posicionamento da Globo é de emissora oficial da Copa. A Globo lançou sábado um novo comercial, chamado Cadeiras, sob o conceito “Agora Somos um Só”, cuja proposta é mostrar “como a televisão, com a transmissão de uma Copa do Mundo, tem a magia de colocar o país todo na mesma vibração”.
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Comentarios Recentes
Muito bom amei demais e lindo