Com a música “Eight days a week”, Paul McCartney abriu o show no Estádio Serra Dourada na noite desta segunda-feira (6). O ex-Beatle subiu ao palco às 21h33 para fazer o segundo show da turnê “Out There”, apresentação histórica na Capital. O rockstar levou ao delírio um público de 40 mil pessoas, formado por fãs de todas as idades e nacionalidades. Muitos deles estavam vestidos com camisetas estampadas com o rosto ou o nome do ídolo. Poucos minutos após começar a primeira apresentação, Paul McCartney levou o público ao delírio ao cumprimentar toda a plateia em português: “Boa noite, goianos”, disse o ex-Beatle. Às 21h os telões posicionados nas laterais do palco fizeram as honras do show, com um tradicional clipe de aproximadamente 30 minutos de duração que mostra uma retrospectiva de sua trajetória desde a época dos Beatles, passando pela carreira solo e seus projetos Wings e The Fireman e serve como uma contagem regressiva para e entrada do astro. Às 21h33 –saudando o público com um típico “ô, trem bão”–a rara “Eight Days a Week” já rasgava a noite no Serra Dourada como a primeira de uma série de obras-primas com as quais McCartney formou uma conexão histórica com o público em 2h40 de show.
O repertório na capital goiana foi idêntico ao apresentado em Belo Horizonte na noite do último sábado, pontapé inicial da turnê “Out There” em todo o mundo. O adicional não planejado foi o coletivo de insetos voadores que incorporaram o cenário. Sem demonstrar qualquer insatisfação com a presença dos invasores, Paul riu da situação, disse que tinha muitos “fãs-gafanhotos” e adotou um deles, que insistia em permanecer em seu ombro. “Esse é meu novo amiguinho. O nome dele é Harold. Diga oi, Harold”, brincou. Quem assistiu ou leu sobre os últimos shows de Paul no país vai recordar boa parte do repertório, que no geral sofre poucas alterações nesta turnê. Muito se especulava de que ele apresentaria canções inéditas, já que trabalha em um novo disco, ainda sem data de lançamento, mas nada de novo foi apresentado. Em compensação, trouxe músicas raras que nunca havia tocada ao vivo na história, como “Your Mother Should Know”, “All Together Now”, “Being for the Benefit of Mr. Kite” e “Lovely Rita”. De presente para os brasileiros ainda veio uma versão acústica de “Hope of Deliverance”, uma das faixas de Paul mais populares no país nos anos 90. O show é cronometrado e ensaiado, mas também abre espaço para mostrar que é real. Antes de “Hi Hi Hi”, que não era tocada ao vivo havia mais de 30 anos, Paul se confundiu no início da música e precisou reinicia-la. “Foi meu erro. Isso prova que estamos mesmo tocando ao vivo”, disse, rindo, um ex-Beatle.
A plateia de múltiplas gerações de Goiânia, também foi parte do show. Levantou balões pretos em “Blackbird”, balões vermelhos em “And I Love Her”, placas da campanha “Meat Free Monday” (a favor de reduzir emissões de gás que causam o efeito estufa) e, como um hino, elevou “Let It Be” a grandes potências enfeitando todo o estádio com luzes de celular. No encerramento, antes da tríade “Golden Slumbers”, “Carry That Weight” e “The End” –sequência pinçada do álbum “Abbey Road” (1969)–, Paul lembra em seu goianês improvisado que “é hora de vazar”.
Ouça a materia veiculada hoje na Rádio Brasil Central e RBC FM com o réporter Auvaro maia e os bastidores do show:
Fonte: G1