Fifa confirma árbitro de vídeo na Copa do Mundo da Rússia

O árbitro de vídeo (VAR, na sigla em inglês para “Video Assistant Referee”) já havia sido aprovado pela International Board, no dia 3 de março, comouma regra do futebol. Para ser usado na Copa do Mundo de 2018, faltava a aprovação do Conselho da Fifa. Faltava: o presidente da entidade, Gianni Infantino, confirmou nesta sexta-feira, em Bogotá, que o VAR estará presente nos jogos da Rússia.

O sistema começou a ser testado pela Fifa em setembro de 2016, com partidas na sede da entidade. Em dezembro do mesmo ano, o mecanismo foi levado ao Japão para o Mundial de Clubes. No ano passado, a Copa das Confederações foi o grande teste para a tecnologia, no país da Copa.

– Sem o VAR, o árbitro comete um erro grave a cada três jogos. Com o VAR, comete um erro importante a cada 19 jogos. Isso é um fato. Fala-se também do que tempo que se perde. Talvez se fale de maneira muito emocional. Uma análise clara: se perde 1 minuto por jogo para corrigir uma decisão claramente errada. Com os laterais, hoje, em cada partida, se perde 7 minutos. E um lateral não decide nada. Uma decisão do VAR muda um jogo – explicou o dirigente.

Segundo as regras determinadas pela Fifa, nem todo lance polêmico pode ter o auxílio do VAR. Apenas quatro situações estão no protocolo para serem analisadas pela equipe de arbitragem que ficará dentro de uma sala com os monitores:

  1. Situações de gol
  2. Marcação de pênaltis
  3. Cartões vermelhos
  4. Confusão da identidade de jogadores

Desde o início dos testes, a mensagem da Fifa foi clara: o árbitro VAR só deverá procurar o árbitro de campo em situações de “erro claro”, ou seja, jogadas em que é possível haver diferentes interpretações não devem ser avisadas.

– É uma ajuda de verdade ao árbitro. Vamos ter um futebol mais transparente e mais justo. É o que queremos. O árbitro pode cometer erros, como todos. Se pudermos ajudá-los, é algo bom para o futebol. Na Fifa já se trabalha faz dois anos com VAR, com a tecnologia, para estar tudo pronto para o Mundial. Estamos com confiança absoluta na nossa equipe de árbitros – acrescentou.

A tecnologia foi testada nos últimos dois anos em mais de 20 torneios. Em janeiro, um relatório da International Board detalhou os resultados dos testes, realizados em 804 partidas de competições:

  • 56,9% das revisões foram para lances de pênalti ou gol
  • Média menor de 5 de revisões por jogo
  • Checagem de cada lance durou, em média, 20 segundos
  • 68,8% dos jogos não tiveram revisão
  • Média de um erro claro a cada três partidas
  • Índice de acerto de 98,9% em lances revisados
  • Impacto decisivo no resultado do jogo em 8% dos jogos
  • Média de revisão de 60 segundos por lance (39 via comunicação interna e 70 em casos de consulta no campo)
  • A média de tempo perdido é menor que 1% do tempo total de jogo
  • Um erro considerado claro não foi corrigido em 5% dos casos (1 a cada 20)

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, já havia descartado o uso da tecnologia na próxima edição da Liga dos Campeões, por considerá-la ainda “muito confusa”. Entre os principais campeonatos nacionais da Europa, a Inglaterra é a exceção. As ligas de Espanha e França vão adotar o VAR na próxima temporada, a exemplo que já fazem Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica.

No Brasil, a tecnologia vai ser usada a partir das quartas de final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, os clubes e a CBF não entraram em acordo sobre o financiamento da tecnologia e por isso não será utilizado.

 

 

 

 

 

 

 

Globo.com

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