Morre em Belo Horizonte o narrador esportivo Willy Gonser

O narrador esportivo Willy Gonser, conhecido por ser o mais completo do Brasil, morreu na manhã desta terça-feira, no hospital da Unimed, em Belo Horizonte, onde tratava de problemas no pulmão. Ele estava com 80 anos, dos quais 60 de carreira.

Pelos microfones da Rádio Itatiaia, Willy Gonser emocionou torcedores, especialmente os atleticanos. ‘É gol! É do Galooo!’,  narrava Willy, que iniciou a trajetória na Itatiaia em 1979.  Foram mais de 30 anos de narração dos jogos do Atlético e também da seleção brasileira, com coberturas de Copas do Mundo.

História 

Após sair da Itatiaia, Willy foi para a litorânea Alcobaça, no Sul da Bahia, praia onde costumava ir quando estava de férias, mas não deixou de acompanhar o esporte. “Como tenho tempo disponível muito maior, hoje me sinto mais bem informado do que antes”, disse. “Sábado e domingo eu tenho que descansar, é um descanso completo, porque de segunda a sexta eu não faço nada”, brincou, bem humorado.

Uma de suas narrações mais marcantes foi a do milésimo gol do Atlético em campeonatos brasileiros, marcado pelo atacante Marques contra o Goiás, em 2001. “Eu até admito que cada vez que ouço outra vez o lance a emoção me dominou muito mais do que em outras ocasiões.”
Narrou 11 copas do mundo.

A chegada à Itatiaia foi em 1979, após a saída de Vilibaldo Alves da Rádio de Minas. Willy conta que já conhecia o comentarista  coordenador de esportes da Rádio de Minas, Osvaldo Faria, porque há alguns anos fizeram uma transmissão juntos.

“Ele fez comigo uma partida que apontaria o primeiro adversário do Brasil na Copa de 74: Espanha x Iuguslávia. A Itatiaia não conseguiu a linha [para transmissão] – e eram poucas – e eu tinha conseguido, era o coordenador da Rádio Gaúcha naquele tempo. Acabou-se fazendo essa composição.”
Cinco anos depois, estaria na Itatiaia. A estreia, segundo Willy, foi num jogo entre Atlético e Fluminense, de Araguari, “numa tarde de meio de semana do mês de julho.”

Acumulou passagens por algumas das maiores emissoras do rádio brasileiro como a Nacional (Rio de Janeiro), a Continental (Rio de Janeiro), a Jovem Pan (São Paulo), a Bandeirantes – onde só fez um jogo – (São Paulo), a Gaúcha (Rio Grande do Sul) e a Farroupilha (Rio Grande do Sul). Trabalhou pela última vez na Rádio Inconfidência, onde foi comentarista.

O pontapé inicial deu-se na Rádio Marumbi, do Paraná. “Eu era locutor já há dois anos. Fazia tudo, inclusive era radioator e animador de auditório. Tudo, menos esporte. O chefe da equipe de esportes perguntou se eu não queria dar uma mãozinha para eles. Ele queria me levar para a equipe. ‘Vai comentar uma preliminar domingo no estádio’. Era um campeonato de aspirantes, que havia no Paraná na época.”

Ferroviária x Britânia se enfrentavam. Ao fim do primeiro tempo, o narrador anunciou Willy para comentar. Os 15 minutos se passaram, e o narrador não voltava. “A bola rolou no segundo tempo. Eu estava sozinho na cabine. Depois fiquei sabendo que o chefe da equipe estava no corredor ouvindo para ver o que eu faria. A bola rolou e eu comecei a narrar”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Rádio Itatiaia

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