Em visita à sede da ABERT na última quarta-feira (5), a secretária de Radiodifusão do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Vanda Jugurtha Bonna Nogueira, debateu as demandas do setor e apresentou a evolução do trabalho no MCTIC após quase um ano à frente da Secretaria. Foi apresentado também o plano de trabalho e prioridades para 2017/2018.
Estavam presentes na reunião, representantes de emissoras de rádio e televisão, bem como técnicos da ABERT.
De acordo com Vanda, ao assumir a pasta, existiam cerca de 60 mil processos em tramitação, sendo 64% da radiodifusão comercial. Para ela, o esforço da equipe do MCTIC em desburocratizar os processos reduziu o número para 20 mil.
“Para que os processos saíssem da prateleira e os procedimentos e obrigações fossem minimizados, tivemos que desregulamentar, por meio da Medida Provisória 747 (agora Lei nº 13.424/2017)”, afirmou, em entrevista à Rádio ABERT.
A Lei nº 13.424/2017 é considerada o marco dessa gestão do MCTIC, já que inseriu inúmeras simplificações em processos societários, acabando inclusive com a transferência indireta, um assunto que incomodava os radiodifusores há mais de 10 anos.
Como complemento da lei, o MCTIC propôs uma ampla revisão no Decreto 52.795/1963, que está em análise na Casa Civil. Entre as possíveis alterações do decreto está a diminuição de documentos: de 27 para 13 no caso de outorgas e de 23 para 11 para renovação de outorgas. A expectativa é que, com essa redução, o tempo de tramitação dos processos caia de quase 9 anos para 2, e de 6, para 1 ano, respectivamente.
Migração AM/FM
Vanda também anunciou novidades para as rádios. As emissoras de onda média que ficaram em dúvida ou não conseguiram cumprir a data na formulação do pedido de migração terão uma nova oportunidade. “Estamos com uma minuta pronta do decreto que abre novo prazo para a migração do AM para FM. Muitos proprietários de emissoras ficaram em dúvida e também aqueles que se arrependeram, terão agora nova oportunidade. No primeiro passo, perdoamos todos os que não tinham pagado o boleto e, agora, estamos abrindo novo prazo: aqueles que decidiram que querem migrar, poderão novamente pedir a migração”, ressaltou.
A primeira parte do processo da migração do AM para o FM deve, de acordo com Vanda, terminar até o final deste ano.
“Até 17 de dezembro não haverá mais nenhuma rádio para fazer a migração. Após isso, vamos analisar com a Anatel para reexaminar o espectro de frequência e ver se tiramos algumas emissoras da faixa estendida. Depois, faremos um enorme e último mutirão antes da faixa estendida, que sempre será o último recurso”, disse.
A secretária afirmou, ainda, que o ministério só vai partir para a faixa estendida quando a recepção dos ouvintes de rádio nesta faixa estiver garantida.
“Antes, eu vou garantir a recepção do público para, assim, garantir a audiência de quem for para a faixa estendida”, concluiu.
TV digital
Sobre a TV digital, a secretária afirmou que o processo é “fenomenal”. Prova disso, é o fato de a secretaria ser procurada por vários países para explicar como foi feito o processo de desligamento do sinal analógico no Brasil.
Segundo ela, o cronograma está correndo bem, e as pesquisas mostram que as pessoas estão felizes. Nesta fase do cronograma, já tendo cumprido etapas importantes como São Paulo, Brasília e Goiânia (GO), o conhecimento do MCTIC sobre o tema aumentou muito. Mas a vitória somente estará confirmada após vencido o grande desafio de 2017, em cidades grandes como Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES) e interior de São Paulo.
Norma de sanções
A secretária de Radiofusão discorreu longamente sobre um assunto que causa enorme preocupação nos radiodifusores: a norma de sanções, em substituição à Portaria 112/2013. Este documento será totalmente revisto e ajustado com regras mais claras e objetivas sobre o processo de apuração de infrações. A previsão do MCTIC é que essa reforma ocorra ainda no segundo semestre de 2017.
Novas Licitações
Questionada sobre a possibilidade do MCTIC abrir novos processos licitatórios para emissoras de rádio e TV, a secretária informou que a atual gestão, ao assumir a pasta, encontrou 5 mil processos relativos a novas outorgas. Dado ao grande volume e à alta complexidade do assunto, em especial por envolver questionamentos jurídicos importantes, o MCTIC não terá condições de abrir novos procedimentos e o assunto deverá ficar para 2019.
Comentarios Recentes
Auvaro, a 820 e 730 pretendem migrar?
Sim 820 e 730 fizeram a solicitação para migrar para o FM. De Goiânia apenas Rádio Brasil Central não fez o pedido para migrar para FM.
Me parece que, das AMs de Gyn, apenas a Rádio Brasil Central não vai migrar para o FM.
Sim só a Brasil Central mais parece que mesmo tendo canal livre do dial Goiânia vai passar pelo mesmo processo de São Paulo Dial estendido por isso o interior já tem radio no FM lá tem menos dial ocupado por isso demora tanto para migração já foi adiado algumas vezes em Goiânia parece que ficou para o fim do ano o próximo prazo vamos ver. Outra coisa qd migrar não espere ouvir logo as rádios pois os rádios não são extendido os dial se alguma radio não pegar já sabe o motivo. Talvez alguns modelos de radio terá como adptar conversor como a TV digital.