Suspeito de matar jornalistas morre em hospital nos EUA

O suspeito de matar a  repórter Alison Parker, 24, e o cinegrafista Adam Ward, 27, durante uma reportagem ao vivo nos EUA morreu no hospital para onde foi levado pela polícia nesta quarta-feira (26).

O suspeito foi interceptado por agentes em uma estrada interestadual em Fauquier, a 250 km de Moneta, onde aconteceu o crime. Após se recusar a atender a ordem dos policiais, ele perdeu o controle do carro e bateu.

Ao abrir o veículo, os agentes o encontraram com uma marca de disparo o que, segundo a polícia, pode ter sido uma tentativa de suicídio. Ele foi levado pelos policiais a um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

O suspeito foi identificado como o jornalista Vester Lee Flanagan 2º, 41. Morador de Roanoke, na Virgínia, ele usava Bryce Williams como nome profissional e trabalhou como apresentador no canal WDBJ, o mesmo de Parker e Ward, entre 2012 e 2013.

Ele gravou todo o ataque com seu próprio celular e publicou o vídeo na internet.

O vídeo do ataque foi publicado em sua página no microblog Twitter minutos depois do ataque. Nas imagens, filmadas com o celular na vertical e com a mão esquerda, ele se aproxima dos dois jornalistas e da entrevistada.

Em seguida, saca a pistola com a mão direita e começa a disparar contra as vítimas. Enquanto atira, abaixa o celular, as imagens ficam tremidas e não é possível ver os jornalistas sendo atingidos.

Depois de publicar o vídeo, ele disse no Twitter que a ação foi motivada por xingamentos racistas que teriam sido feitos por Parker enquanto ele trabalhava no WDBJ. A página no microblog foi apagada após o vídeo ser divulgado pela imprensa.

Outras páginas atribuídas a Flanagan/Williams nas redes sociais mostram a preparação do crime. Na semana passada, uma página do Facebook em seu nome foi atualizada com um vídeo mostrando seu trabalho e outro em uma loja de armas.

Flanagan deixou a WDBJ em fevereiro de 2013. Em maio do ano passado, ele entrou com uma ação judicial contra a empresa pedindo indenização por discriminação feita pelos colegas, mas o processo foi rejeitado pelo juiz dois meses depois.

INFELIZ

Antes de chegar ao canal, o jornalista havia trabalhado usando o nome de Bryce Williams em canais em San Francisco, na Califórnia, e em canais menores nos Estados da Flórida, da Carolina do Norte, do Texas e da Geórgia.

Em 2000, enquanto trabalhava em uma afiliada da rede de televisão NBC em Tallahassee, na Flórida, ele entrou com outro processo contra a emissora por racismo, pedindo mais de US$ 75 mil de indenização.

No processo, ele alegou ter sido chamado de “macaco” por um produtor branco em 1999 e recebido xingamentos racistas de outros funcionários. O processo chegou a passar pela Justiça Federal na Flórida, mas foi arquivado em 2001.

O gerente do canal, Jeff Marks, descreveu o apresentador como um homem infeliz. “Nós o contratamos como repórter, e ele tinha algum talento e experiência, muito embora estivesse fora das telas por um tempo”.

Segundo o representante, o jornalista ganhou a reputação de ser uma pessoa difícil de trabalhar. “Após alguns ataques de raiva que ele teve, nós o demitimos. Ele não aceitou a saída e tivemos que pedir aos seguranças que o tirassem do prédio.”

Marks afirma que as denúncias de discriminação racial feitas por Flanagan contra a empresa “não puderam ser confirmadas por ninguém, por isso pensamos que foram forjadas”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha de São Paulo

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