Com “mil motivos”, CBF acaba com horários fracassados

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta terça-feira (9), por meio de comunicado publicado no site oficial, novos critérios para partidas do Campeonato Brasileiro e da Série B. A entidade decidiu uniformizar os horários dos jogos, no intuito de eliminar faixas pouco frequentadas pelo público e pouco lucrativas.

O diretor de comunicação do órgão, Rodrigo Paiva, preferiu não concentrar a razão da padronização em apenas um motivo, como público, arrecadação ou queixas de clubes e torcedores. “Ter horários diferentes pode, por mil motivos diferentes, afastar o torcedor do estádio”, justifica.

Aos sábados, por exemplo, a faixa de horário das 21h possuía os piores índices de público da atual edição do campeonato. Após 11 confrontos feitos nessas condições, os clubes mandantes envolvidos conseguiram acumular média de 8,7 mil pessoas por estádio. Às 18h30, esse número subia para média de 11,4 mil pagantes.

Em termos de arrecadação, novamente, a noite de sábado gerava os piores desempenhos financeiros. Em média, os mesmos 11 jogos disputados às 21h geraram média de R$ 160 mil para cada equipe anfitriã. Uma hora e meia antes, às 18h30, essa receita bruta já é bastante superior, com média de R$ 230 mil por jogo.

A partir desse contexto, a entidade optou por definir as 18h como horário ideal para jogos de fim de semana, tanto no sábado quanto no domingo. “Nós não vamos ficar determinando qual é o principal motivo dessa alteração, mas a padronização foi feita para que o torcedor possa se programar melhor”, acrescenta Paiva.

Em relação aos jogos realizados em dias úteis, o novo horário padrão, 20h30, mais uma vez representa a faixa que atrai mais público e renda. As quartas-feiras, nessa hora, representam os melhores índices até a 15ª rodada do Nacional. Foram 17,3 mil pessoas e R$ 383 mil arrecadados em média nas 15 partidas feitas nesse horário.

A título de comparação, quando os jogos foram disputados uma hora antes, às 19h30, esses números registram queda significativa. A média de público desce para 10,5 mil pagantes por arena, enquanto a receita bruta é de R$ 171 mil em média para cada clube mandante. A quinta-feira também possui o mesmo cenário.

Confira, abaixo, levantamento feito pela Máquina do Esporte:

Domingo (em média)

40 jogos às 16h: 16.399 torcedores e R$ 369.712 arrecadados

24 jogos às 16h: 10.701 torcedores e R$ 203.617 arrecadados

Sábado (em média)

28 jogos às 18h30: 11.441 torcedores e R$ 230.661 arrecadados

11 jogos às 21h: 8.729 torcedores e R$ 160.917 arrecadados

Quinta (em média)

6 jogos às 19h30: 12.734 torcedores e R$ 185.333 arrecadados

8 jogos às 21h: 10.165 torcedores e R$ 248.938 arrecadados

Quarta (em média)

14 jogos às 19h30: 10.552 torcedores e R$ 171.772 arrecadados

15 jogos às 20h30: 17.326 torcedores e R$ 383.804 arrecadados

A pesquisa considera todas as partidas realizadas até a 15ª rodada da primeira divisão do Campeonato Brasileiro em 2011 cujos boletins financeiros foram divulgados pela CBF.

Máquina do Esporte.

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