Falastrão, Ricardo Teixeira trava briga com Record e toda a imprensa Nacional

Denuncias levam a crer que o presidente da CBF recebeu propina e favoreceu amigos

A Rede Record tem feito uma série de matérias com acusações contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o que deixou de ser uma “briga” entre as duas partes após entrevista que o presidente concedeu à Revista Piauí deste mês. Na entrevista, o cartola não poupou “palavrões” e palavras de baixo calão em direção à emissora, imprensa e quem quer saber dos gastos da CBF. Parlamentares se pronunciaram em favor de uma CPI, que pode pesar contra Teixeira.

Para a revista, Teixeira disse: “Que porra as pessoas têm a ver com as contas da CBF”, “Por que merda todo mundo enche o saco?” Isso devido a uma denuncia de que Ricardo Teixeira teria recebido mais de US$ 9 milhões em propina de uma empresa de marketing esportivo, pagos em uma conta secreta na suíça.

Quem trouxe essa questão a tona foi um jornalista inglês da BBC, Andrew Jenningsda, em um documentário que fez no final do ano passado. E após a acusação de propina e as acusações de corrupção na FIFA, as autoridades suíça quiseram começar a limpar a imagem do país, e uma das atitudes tomadas foi começar uma investigação na FIFA.

As autoridades conseguiram apurar os culpados e fizeram um acordo com eles: eles assumiam o suborno e devolviam o dinheiro, e eles nunca teriam seus nomes divulgados. Mas segundo Jenningsda, Ricardo Teixeira e o ex-presidente da FIFA, João Havelange estão no meio.

O jornalista inglês ainda afirmou, em entrevista à ESPN, que tem como provar as acusações e as autoridades querem revelar os arquivos, que teriam gravações dos envolvidos com as confissões, mas a FIFA tenta bloquear o embargo judicial e os advogados do presidente da CBF continuam lutando para que os documentos fiquem escondidos.

CPI
Parlamentares do congresso nacional se mobilizam para uma CPI, que pode pesar contra Teixeira. Uma proposta de fiscalização de controle já está em andamento no congresso.

Três senadores conversaram com a Record e se pronunciaram contra o presidente canarinho. “Ele não está acima da lei”, disse o senador do Rio de Janeiro, Lindberg Farias. O senador de São Paulo, Eduardo Suplicy, aponta que é dever do congresso averiguar os fatos: “Temos o dever no congresso de examinar que as verbas públicas sejam bem administradas”.

E Demóstenes Torres, senador de Goiás, afirmou que qualquer pessoa que cuide de dinheiro público deve dar satisfação: “Todo mundo, em especial os que cuidam do dinheiro público, devem satisfação. A CBF ter que dar explicações devidas”.

Para o presidente da OAB, ninguém nos tempos em que vivemos pode ter esse tipo de atitude. “Eu sou rei, eu posso, eu faço, eu aconteço… Isso é lamentável! É voltar aos tempos da tirania, é voltar à ditadura que não existe. Ninguém numa democracia pode ter esse tipo de postura”, disse.

Amizades de Ricardo Teixeira
Em uma das matérias da série, nesta terça-feira, a Record revelou a amizade entre o presidente e Sandro Rossel (presidente do Barcelona que esteve na concentração brasileira na Argentina, em preparação para a Copa América) é antiga, existe desde 1996, quando o mandatário do Barça dirigia a Nike no Brasil e a seleção fechou o primeiro contrato milionário com a empresa.

Segundo a emissora, a amizade veio a se fortalecer após a eliminação brasileira na Copa do Mundo da França, quando Sandro apresentou o amigo Claudio, considerado um gênio do mercado financeiro no Brasil, à Teixeira. Os dois se tornaram amigos íntimos e, posteriormente, fizeram uma viagem em família (famílias de Teixeira, Sandro e Cláudio) pelo mediterrâneo, em um iate que custa € 100 mil por semana, aproximadamente R$222 mil.

Sandro e Cláudio abriram uma empresa no Brasil chamada Brasil 100% Marketing, empresa esta que era responsável por promover amistosos da seleção brasileira. Na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, a empresa foi acusada por um executivo local de leiloar o destino aonde a seleção canarinho iria se hospedar, quem pagasse mais, levava.

O cartola espanhol ainda tem outra empresa no Brasil com o nome de Ailanto Marketing LTDA, ele investiu cerca de R$ 12 milhões e teve uma sócia, Vanessa Almeida Precht, que entrou com R$ 1 na sociedade. E Vanessa, em nome da empresa, assinou um contrato de R$ 9 milhões para que a seleção brasileira realizasse um amistoso em Gana, em novembro de 2008.

Apesar do contrato milionário, a empresa não arcou com nada para o amistoso, sobrando assim para a Federação Goiana de Futebol custear. Meses depois, Vanessa arrendou terras de Teixeira no valor de R$ 600 mil, mas em uma entrevista feitas pela Rede Record, com a pessoa que cuida do local, essa pessoa disse não conhecer Vanessa e nunca tê-la visto.

A reportagem também apurou que a Brasil 100% só existe no papel e a Ailanto tem uma sala comercial no Rio de Janeiro, mas essa sala passa o dia todo trancada. O que a emissora apontou ser curioso, para uma empresa que é dona de um patrimônio considerável e ainda possuí um jato luxuoso, com capacidade para oito pessoas que é fruto de um negocio suspeito entre os três.

Declarações do cartola
Quando questionado pela jornalista da Piauí sobre o que pensava sobre as constantes denúncias que a Record e outras mídias têm levado ao ar, Teixeira disse: “Olha como a imprensa brasileira é escrota!”, “A imprensa brasileira é muito vagabunda”, “É tudo coisa da mesma patota, Uol, Folha, Lance, ESPN, que fica repetindo as mesmas merdas”, “Não ligo, Aliás, caguei. Caguei montão”,

Para o presidente, somente o que aparece na tela da Globo tem importância: “Portanto, só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional”, afirmou.

E por último ele ainda fez ameaça à imprensa: “Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada”, completou Teixeira, que está no comando da CBF há 22 anos.

Andrew Jenningsda ainda apontou na sua entrevista para a ESPN: “Quando o governo brasileiro vai dizer basta? Sim, queremos Copa do Mundo. Sim, adoramos ter um bom time de futebol. Mas não precisamos do Ricardo Teixeira”, afirmou o jornalista que se tornou uma pedra no sapato do presidente da CBF.

Futebol Interior.

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